Sepultamento de Jorge foi marcado por comoção de familiares e amigosMarcos Porto/Agência O Dia

Rio - O corpo de Jorge Luiz Antunes, de 49 anos, foi sepultado, no início da tarde desta segunda-feira (27), no Cemitério de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Familiares e amigos se reuniram para a despedida à vítima, que foi morta após no último sábado (25), durante um assalto a uma joalheria, no VillageMall, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Jorge Luiz trabalhava como segurança do shopping há mais de um ano, mas não usava arma, apesar de ser obrigado a abordar suspeitos, segundo familiares.
No velório, que começou às 9h, um dos filhos de Jorge estava muito abalado e foi amparado por parentes e pessoas próximas. A despedida foi marcada pela comoção da família e pedidos de justiça. A irmã do segurança, Ana Maria Antunes, que também estava bastante emocionada, descreveu a vítima como amorosa, alegre e pediu respostas sobre sua morte. 
"O Jorge Luiz era o irmão, ele era o amigo, era o pai, era o filho do meu pai. Ele era o amor da gente, ele era tudo da gente, tudo o que você imaginar. A gente era uma família, a gente era irmão. O Jorge Luiz era amor. E aí, cadê o Jorge Luiz, que não tem mais? Ele era muito festeiro, muito amigo, ele era um homem de muitas amizades. São quatro filhos que eram amados, uma esposa que era amada por ele. A gente só quer uma resposta", Ana Maria Antunes. 
De acordo com familiares, o segurança já vinha sendo alertado sobre os riscos das condições da função que exercia no shopping, mas continuou trabalhando para sustentar a família porque estava desempregado há mais de cinco anos. Pelo dia de trabalho, Antunes receberia R$ 180, mas não contava com vale-transporte e nem auxílio para se alimentar. Dois dos filhos dele também atuam na mesma função, mas não pretendem continuar. 
No dia do crime, a vítima deixou de ir ao aniversário do neto para ir ao trabalho. O segurança deixa esposa, quatro filhos e dois netos. "Meu tio era uma pessoa muito família, muito trabalhadora. A marca que ele vai deixar é de uma pessoa alegre, uma pessoa sempre disposta a estar ajudando, independentemente de ele ter ou não dinheiro, mas ele estava ali, tentando ajudar da melhor forma possível", afirmou uma das sobrinha do homem, Cristina Antunes. 
Jorge morreu na noite de sábado, quando 12 criminosos armados roubaram uma joalheria do VillageMall. Após levaram os objetos, os bandidos fizeram um casal com o filho deles e uma funcionária de refém, que foram liberados depois. Em seguida, os assaltantes fugiram e mataram o segurança, que estava à paisana, na saída do shopping. Segundo parentes, ele não reagiu e foi atingido no rosto, que teria tentado proteger com as mãos. 
"Eu só espero justiça, que a polícia se empenhe ao máximo para encontrar esses bandidos, porque o meu tio era um trabalhador, estava lá no VillageMall. Ele só tinha um radinho, ele não tinha mais nada. Não tinha uma arma, ele não reagiu. Eles atiraram com crueldade, foi cruelade. Tiraram um pai de família, um avô. Eu não estou me sentindo bem, estou doente, mas vim porque eu quero justiça para o meu tio. A gente precisa disso", ressaltou Cristina.