Cristiano: internado sob custódiaReprodução / Redes Sociais

Rio – O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro converteu em preventiva, nesta segunda-feira (27), a prisão em flagrante do capitão de fragata Cristiano Lacerda, de 49 anos, suspeito de matar a facadas um casal de idosos no último sábado, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. Segundo a polícia, as vítimas foram assassinadas porque Cristiano não aceitava o fim do relacionamento com Felipe da Silva Coelho, filho dos idosos.
Felipe e Cristiano estavam em processo de separação desde o último Carnaval, mas ainda moravam no mesmo apartamento. Geraldo Coelho, 73 anos, e Osélia Coelho, 72 anos, serão enterrados no Ceará nesta terça-feira (28).
A decisão foi publicada na audiência de custódia desta segunda-feira, já que a defesa do militar havia pedido sua liberdade provisória.
"Trata-se de crime gravíssimo, em que o custodiado matou as vítimas, pais de seu ex-companheiro, com golpes de faca. A gravidade da conduta é muito acentuada e indica a mais absoluta inadequação do custodiado ao convívio social, já que ceifou a vida das vítimas utilizando-se de meio extremamente cruel, aproveitando-se da condição de idosos, da relação próxima e utilizando-se de recurso que impossibilitou a defesa de ambos, já que o casal estaria dormindo. Há, ainda, notícias nos autos de que ele teria tentado matar uma ex-esposa e se matar tentando colidir com o veículo que conduzia, a corroborar a inadequação ao convívio social, conforme antes mencionado", disse a juíza da 17ª Vara Criminal, Rachel Assad.
Ainda conforme a decisão, Rachel cita que Cristiano já teria tentado matar uma ex-esposa e se matar, ao tentar bater com o carro que dirigia. Com isso, a magistrada evidenciou a necessidade de converter a prisão em preventiva como garantia da ordem pública.
"Convém salientar que uma das testemunhas, o filho das vítimas, relatou que já foi agredido anteriormente pelo custodiado, o que indica, de forma concreta, que as investidas do preso podem comprometer a instrução criminal", retificou a magistrada, salientando que o "descontrole emocional seja um fator que pode contribuir para que testemunhas se sintam constrangidas a prestar depoimento".
Até o momento, as testemunhas do crime ainda não foram ouvidas. Com isso, a juíza alegou a "necessidade de resguardar a instrução processual, em especial porque se trata de crime de homicídio, que impacta diretamente nas pessoas envolvidas ou que tenham presenciado os fatos".
Cristiano estava internado no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, sendo transferido, no domingo (26), para o Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, Zona Norte do Rio. O assassinato segue sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital. Até o momento, a Marinha do Brasil ainda não se pronunciou sobre o caso.