Vitória Lima Martins, de 22 anosArquivo Pessoal

Rio - Vitória Martins de Lima, de 22 anos, foi enterrada na tarde desta quarta-feira (29) no Cemitério de Santa Cruz, na Zona Oeste. Ela foi encontrada morta nesta terça-feira (28) com os pulsos cortados e marcas de enforcamento, dentro da casa do suspeito do crime em Inhoaíba, após ter ido até o local em busca de emprego. 

Um homem, identificado como Rodrigo da Silva Nascimento, foi preso em flagrante pela Polícia Civil, apontado como principal suspeito. A acusação contra ele surgiu do irmão da vítima, Fabiano Martins, de 25 anos.


Mariana Paula de Souza, namorada de Vitória, disse ao RJTV, da TV Globo, sobre o momento em que começou a desconfiar do sumiço da vítima.

"Comecei a estranhar a partir do momento que ela não respondia mais minhas mensagens, deu cinco e meia da tarde e ela nada de responder minhas mensagens, as ligações dando caixa postal e ela não era de fazer isso", disse.

Vitória foi encontrada com os pulsos cortados e com marcas de enforcamento na casa de Rodrigo, após ter ido até o local acertar um trabalho que faria com o suspeito neste final de semana em Petrópolis. Ela era cuidadora de idosos, mas fazia bicos como pintora de paredes para complementar a renda.

De acordo com familiares, a vítima já havia feito outros trabalhos com o suspeito e, por isso, foi até a casa dele. Para eles, a motivação do crime se deu por Vitória ter se recusado a se relacionar com Rodrigo por ser lésbica.

Uma amiga de Mariana, esposa da vítima, contou que as duas estavam casadas há dois anos e que ainda assim Rodrigo insistia em ter algo com ela.

"Não existe possibilidade de um relacionamento extraconjugal com um homem. Vitória era casada há dois anos. Estamos falando do feminicídio de uma mulher lésbica que não tinha interesse em um homem e foi morta por dizer não. Vitória jamais se mataria", disse.

No IML, Fabiano Martins contou que a vítima passou a trabalhar com Rodrigo havia pouco tempo. "Minha irmã começou a andar com ele há pouco tempo. A companheira dela descobriu e falou para ela deixá-lo de lado pois não parecia ser de boa índole. No dia do ocorrido, a Vitória saiu de casa falando que ia assinar uns papéis na casa dele [Rodrigo] e só. Nós não o conhecíamos", disse.

Ainda de acordo com o irmão, no último domingo (26), Rodrigo ligou para Mariana, mulher da irmã, e falou: Aproveita hoje a Vitória porque terça-feira vai ser a última vez que você vai vê-la'. Fabiano afirma ainda que a irmã ficou sabendo da ameaça mas levou na brincadeira.
Além disso, o jovem ressalta que a irmã do suspeito teria afirmado que Vitória e Rodrigo estavam tendo um caso há pelo menos um ano. "Eu acho muito difícil ela estar com ele. A Vitória contava tudo para minha mãe e ela nunca ouviu falar nesse rapaz", afirmou.

A Polícia Civil informou que Diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos. O caso foi registrado na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).