Todo material retirado da água não vai para coleta seletiva, que em sua grande maioria, são descartados pelos próprios moradores nos riosDivulgação
Pescadores já retiraram mais de 150 toneladas de resíduos sólidos encontrados na costa e nos manguezais do Rio
Projeto da Federação Estadual dos Pescadores do RJ contam com 150 pescadores para retirar lixo flutuante
Rio – O projeto “Águas de Guanabara”, realizado pela Federação Estadual dos Pescadores do Rio de Janeiro, retirou, desde fevereiro, mais de 150 toneladas de lixos flutuantes e resíduos sólidos encontrados na costa e nos manguezais do Rio. O projeto tem como objetivo quantificar e qualificar os resíduos sólidos e os impactos que eles possuem sobre a fauna e flora da Baía de Guanabara
Atualmente, os pescadores estão realizando esse trabalho de limpeza, no canal de Magé, nos rios Suruí, e estrela, na Baixada Fluminense, e em São Gonçalo, nos rios Imbuaçu, Pomba, Marimbado, entre outros.
O lixo vem prejudicando pescadores e representantes da flora e da fauna local, além de causar uma grande degradação do meio ambiente e dos recursos hídricos. O material retirado da água não vai para coleta seletiva, que em sua grande maioria, são descartados pelos próprios moradores nos rios.
De acordo com a Federação, é de extrema necessidade que haja uma educação ambiental que sensibilize a sociedade acerca da importância da preservação e conservação da baía de Guanabara e seus rios afluentes. O projeto está sendo realizado para analisar as condições territoriais, ambientais e econômicas e dar um diagnóstico ambiental e poluidor (resíduos sólidos flutuantes e de fundo).
Além disso, ele visa mapear os pontos críticos, conscientizar sobre os riscos para futura sustentabilidade junto à destinação do material retirado. Segundo o presidente da federação, Luiz Carlos Furtado, o trabalho realizado por esses pescadores diariamente, tem sido gratificante.
"É importante frisar que, o prejuízo com todo esse lixo, reflete no meio ambiente, a vida dos pescadores que tem suas redes de pesca danificadas, e na vida da própria população que acaba jogando os resíduos nos rios. E com essa limpeza, os peixes voltam par ao habitat natural, e a vegetação se transforma sozinha", afirmou o presidente da federação.
Além da retirada do lixo, existe uma grande preocupação com a questão social dos pescadores. A federação já realizou ação com mais de 140 profissionais da pesca, por exames de rotina, visando identificar possíveis problemas de saúde e encaminhar, com apoio das prefeituras, para um médico especializado. Eles também recebem auxilio alimentação, a remuneração pelo trabalho de coleta, e auxílio no que diz respeito a documentação da embarcação e também do pescador.
"O projeto, além da preocupação ambiental, visa também o social. Por isso mantemos um banco de dados com relatórios mensais sobre a saúde dos pescadores. Eles são remunerados para atuarem na coleta dos resíduos sólidos não orgânicos, três vezes por semana, das 8 da manhã até o meio-dia", explicou o coordenador técnico, Alberto Toledo.
Todo lixo retirado da costa, é encaminhado para as prefeituras locais, para ser encaminhado e descartado de maneira correta. De acordo com o presidente da colônia de pescadores de Niterói/ São Gonçalo Z8, Gilberto Alves, os pecadores já tinham o desejo de realizar esse trabalho desde 2010.
"O projeto já existiu, porém, com outro nome, agora voltamos e estamos fazendo nossa parte, agora cabe a população não jogar lixo nos rios. Em apensa um mês, já temos um resultado muito significativo: a melhoria da qualidade de vida do pescador, do mangue, do solo, da água, fauna e flora.", disse Gilberto.
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