Amigos e familiares de Fabiana da Silva, presa injustamente por estelionato, fizeram protesto em frente ao presídio de Benfica, nesta quarta-feira (29).Arquivo/Cléber Mendes/Agência O Dia

Rio - A luta pela liberdade de Fabiana Trajano da Silva pode estar longe de acabar. A mulher, que trabalhava fazendo faxina em casas de família, foi presa na segunda-feira passada (27), por um crime que, de acordo com familiares, não cometeu. Nesta quinta-feira (30), o advogado de defesa da faxineira aguarda a decisão do Tribunal de Justiça da Paraíba para evitar uma terceira transferência.

Depois de ser transferida da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) para o Presídio de Benfica, na Zona Norte, nesta terça-feira (28), e ter a prisão em flagrante convertida em preventiva, o advogado de Fabiana, Leandro Andrade, informou que ela poderá passar por uma nova transferência no próximo sábado (2). Dessa vez, para Presídio Nelson Hungria, o Bangu 7, no Complexo Penitenciário de Gericinó, caso o pedido de habeas corpus não seja aceito pela Justiça da Paraíba.

"Não temos notícias da Paraíba, entramos com o habeas corpus ontem, estamos esperando o parecer do juiz hoje. Nós estamos aguardando a transferência dela, acredito que pode ser no sábado, mas ainda assim vamos tentar que isso não aconteça", disse.

Jennifer da Silva de Oliveira, irmã de Fabiana, disse que ela está sendo acusada por um crime de extorsão ocorrido na Paraíba, estado em que nunca esteve. Segundo seu relato, a confusão começou após a presa ter sido testemunha do assassinato de um sobrinho há oito meses. Recentemente, a doméstica foi chamada novamente até a DHBF acreditando se tratar do mesmo caso.

Porém, ao chegar no local e entregar os documentos, Fabiana foi informada sobre um pedido de prisão em aberto por extorsão na Paraíba, por um crime ocorrido em 2015. Segundo Jennifer, a irmã também não tem contato com ninguém que resida no estado. Nesta quarta-feira (29), a família se reuniu em frente à DHBF para fazer um protesto pela liberdade da faxineira.

O Tribunal de Justiça da Paraíba foi procurado mas, até o momento, não respondeu aos questionamentos.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), responsável pela transferência dos presos, também foi procurada, mas não respondeu aos questionamentos.