Patrícia Amieiro foi morta após seu carro ser alvo de disparos dados por policiais militares, de acordo com o MPReprodução

Rio - A 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro aceitou, nesta quinta-feira (30), o pedido de um novo julgamento dos responsáveis pela morte da engenheira Patrícia Amieiro, que desapareceu em junho de 2008, após seu carro ser atingido por tiros de policiais. Com isso, o caso voltará a júri popular. A relatora da decisão foi a desembargadora Elizabeth Alves de Aguiar. Ainda não foi apresentada nova data para o novo júri.
Para Adryano Amieiro, irmão da engenheira, essa é a última chance de fazer justiça pela morte de Patrícia. "Nós recebemos a notícia hoje com a esperança de que seja feito Justiça. Espero que esse júri popular seja marcado o mais rápido possível para que os policiais sejam condenados. São 14 anos que a nossa família vem lutando por Justiça", disse o irmão da vítima.
De acordo com o advogado Alexandre Dumãns, que representa a família da engenheira, a 8ª Câmara Criminal entendeu que o julgamento anterior, que condenou dois PMs somente pela fraude processual, deve ser anulado e um novo julgamento realizado.
A decisão por um novo julgamento desse caso deveria ter ocorrido no último dia 5 de maio, mas a audiência foi adiada a pedido da defesa dos PMs envolvidos na morte da engenheira. Na ocasião, o motivo alegado para o adiamento foi um problema dentário do advogado de defesa dos PMs.

Relembre o caso
A engenheira Patrícia Amieiro, de 24 anos, voltava de uma festa na Zona Sul quando seu carro foi alvo de tiros disparados por policiais militares na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, em 14 de junho de 2008. O carro de Patrícia perdeu o controle e colidiu em dois postes e uma mureta. Seu corpo nunca foi encontrado. Segundo o Ministério Público do Rio (MPRJ), quatro PMs estão envolvidos na morte.
Em 9 dezembro de 2019 foi realizado o julgamento dos envolvidos no crime em júri popular: os policiais Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luís Nascimento foram condenados a três anos de prisão por fraude processual, mas absolvidos de homicídio. Já Fábio Silveira Santana e Marcos Oliveira dos Santos foram absolvidos das acusações.