Valquíria da Silva foi morta pelo companheiro com escavadeira manualDivulgação

Rio - A Polícia Civil prendeu, na noite desta quinta-feira (30), Júlio César Perrone Gomes, de 32 anos, apontado como o principal suspeito pela morte da companheira, Valquíria Celina Ferreira Santos, de 35 anos. A dona de casa morreu na última quarta-feira (29), depois de ter passado seis dias internada no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI), na Baixada Fluminense, devido aos graves ferimentos causados pelo namorado, com golpes de escavadeira de ferro manual.  
Agentes da 56ª DP (Comendador Soares) encontraram Júlio César escondido em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. O delegado titular da distrital, Vinicius Miranda, havia representado pela prisão preventiva do suspeito, mas o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) decretou a prisão temporária dele. Na decisão, a juíza Luciana de Oliveira Leal Halbritter, afirmou que, com base nos depoimentos de testemunhas e na confissão do homem, houve crime de feminicídio. 
"O próprio indiciado, após ser capturado, afirmou que pegou uma cavadeira de ferro e bateu na cabeça de sua companheira, evadindo-se do local deixando-a desacordada e sangrando. O intento de praticar feminicídio, portanto, restou demonstrado, sendo cabível, no caso, a decretação da prisão temporária", justificou a magistrada, que explicou ainda que a prisão preventiva deve ser decretada quando denúncia for oferecida. 
No dia do crime, Valquíria e Júlio César tiveram uma briga dentro da casa da vítima. A discussão teria sido motivada porque o suspeito ficou com ciúmes da dona de casa com um amigo que haviam encontrado em uma festa da qual tinham voltado. A mulher foi agredida com golpes de escavadeira de ferro manual e deixada agonizando no chão da sala. Ela foi encontrada na manhã seguinte, pelo filho de 10 anos. 
Júlio César fugiu do local com um cartão com R$ 3 mil e o documento de identidade da mulher. A família de Valquíria afirmou que o suspeito tem um perfil agressivo e que a vítima já havia demonstrado vontade de prestar queixa contra ele. A mulher também já tinha tentando se separar e chegou a fugir da própria casa, mas o agressor sempre ia atrás dela. 
Parentes disseram ainda que o homem mantinha a dona de casa em cárcere privado e a proibia de ter contato com familiares e amigos. O preso já havia quebrado uma janela da casa do pai de Valquíria e tentado atear fogo em seu carro. O casal estava junto há oito meses e brigava constantemente. O corpo da vítima foi sepultado nesta quinta-feira, no Cemitério Municipal de Nova Iguaçu.