Cartazes com ofensas à jornalista Renata Cristiane foram colados em pontos de ônibus em São Pedro da AldeiaArquivo Pessoal
Renata, que atua na Região dos Lagos há 20 anos, conta que esse não é o primeiro preconceito que viveu ao longo da sua carreira. Em algumas situações, ela foi julgada pela cor da sua pele e modo de se vestir. Casada com uma mulher branca, a jornalista também viveu situações ao lado da companheira, como quando foi questionada se era funcionária da sua mulher em uma agência bancária.
Para Renata, o fato de ela ser uma profissional de destaque na região e bem relacionada deve incomodar “algumas pessoas”: "Algumas pessoas devem achar que eu não deveria estar no lugar que ocupo como profissional. Essa ação acabou me abrindo gatilhos de situações passadas onde sofri com o preconceito".
Renata também é editora do DIA na Região dos Lagos, além de atuar como colunista de política e tem um portal de notícias na localidade. "Mesmo sendo uma profissional bem sucedida, não escapo do racismo".
O prefeito de São Pedro da Aldeia, Fábio do Pastel, lamentou o ocorrido em rede social e prestou solidariedade e apoio à jornalista.
A jornalista disse que ainda não decidiu se vai fazer o registo do caso em uma delegacia. Na semana passada, enquanto participava da gravação do programa “UMA PROSA PODCAST”, em São Pedro da Aldeia, o estudante e ativista Wagner Muniz sofreu ataques racistas e difamação vindo de uma conta da rede social. Na ocasião, entre os comentários recebidos durante o programa estavam frases como: “Que neguin mentiroso”, “neguin assaltante” e “esse neguin sai do podcast e já vai assaltar um pai de família”.
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