Familiares e amigos estiveram presentes para se despedir de Sergio Paulo RouanetSandro Vox / Agência O Dia
Corpo do intelectual Sergio Paulo Rouanet é velado e cremado no Rio
Ex-ministro da Cultura foi o criador da lei de incentivo à cultura que leva seu nome
Rio - O corpo do diplomata e filósofo Sergio Paulo Rouanet foi velado na tarde desta terça-feira (5) na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Centro do Rio. Em seguida, por volta das 16h, foi encaminhado ao crematório São Francisco Xavier, no bairro do Caju, Zona Norte do Rio. Amigos e familiares estiveram presentes para se despedir e sua esposa, Barbara Freitag, discursou durante a cerimônia aberta.
"A cultura brasileira é a da bondade, do amor, da tolerância, da universalidade, da razão, de todos os valores do período do esclarecimento, que está presente na fala dos nossos queridos padres da Santa Luzia. A Santa Luzia, pelo que sei, é a protetora da visão, da clareza. O Sergio Paulo Rouanet foi o defensor do esclarecimento, da clareza, honestidade, verdade e bens amorosos e defendidos para toda a sociedade. Especialmente para a maioria excluída nas nossas atuais condições sociais", disse a filósofa alemã.
O presidente da ABL, Merval Pereira, também participou do velório. Sergio Rouanet ocupava a Cadeira nº 13 há 30 anos e faleceu no último domingo, aos 88, vítima de uma síndrome de Parkinson avançada. Nesta quinta-feira, dia 7, a academia organizará uma Sessão da Saudade em homenagem ao diplomata. Personalidades como o escritor Marco Lucchesi e a senadora Simone Tebet lamentaram a morte do intelectual.
O embaixador foi secretário da cultura do então presidente Fernando Collor entre 1991 e 1992. No cargo que, atualmente, se assemelha ao de ministro, ele foi responsável pela criação da lei federal de incentivo à cultura, conhecida como Lei Rouanet. Como filósofo, se destacou pelas obras “O homem e o discurso - Arqueologia de Michel Foucault”, “Imaginário e dominação”, “Itinerários freudianos em Walter Benjamin”, “Teoria crítica e psicanálise”, “A razão cativa”, “Riso e melancolia”, entre outros.
Sergio Rouanet também traduziu os livros do também filósofo alemão Walter Benjamin e ganhou a Medalha Goethe, em 2004, por seu trabalho de difusão da cultura alemã no Brasil.
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