Fernanda Carvalho, 22 anos, foi morta vítima de envenenamentoFoto: Reprodução da internet

Rio - O laudo cadavérico elaborado a partir de amostras do corpo da estudante Fernanda Carvalho Cabral, de 22 anos, apontou que a causa da morte foi por envenenamento. A madrasta, Cíntia Mariano, que está presa temporariamente, é a principal suspeita de ter cometido o crime. O documento foi divulgado nesta quarta-feira (6).
O delegado Flávio Rodrigues, titular da 33ª DP (Realengo), que comanda as investigações, falou sobre a nova prova contra a madrasta. "Quando se faz a análise do prontuário médico da da Fernanda, um prontuário de 172 páginas, nota-se mais de dez menções feitas por médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, há um diagnóstico de intoxicação exógena. É uma peça importante, quiçá talvez a mais importante de toda essa investigação que comprova que sim, de fato, Cintia envenenou Fernanda", disse.

A análise toxicológica, feita no corpo da jovem, exumado em maio, não detectou a presença de uma substância tóxica "compatível com os padrões de referência utilizados", devido ao tempo da morte. Porém, o Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto (IMLAP) fez uma outra análise, com base nos dados médicos do prontuário médico de Fernanda.

Neste documento, consta que a paciente, que ficou internada no Hospital Albert Schweitzer, apresentou todos os sintomas de uma síndrome colinérgica - intoxicação causada por uma determinada substância em grande quantidade. De acordo com o laudo, a eliminação do carbamato do organismo é feito de forma rápida, sendo possível a intoxicação sem a presença da substancia detectada no corpo. O registro, assinado pela perita Gabriela Graças Suares Pinto, conclui que Fernanda Cabral morreu por intoxicação exógena (externa) por ação química.

A mãe de Fernanda, Jane Carvalho, se reuniu com o delegado Flávio Rodrigues. Ao RJTV, da TV Globo, ela disse que o laudo comprovou a desconfiança da família.

"Não foi nenhuma novidade, todos nós já sabíamos que teria sido ela [a madrasta]. Mas a gente precisava desse laudo atestado e carimbado e hoje nós podemos dizer que temos esse laudo atestado e carimbado", afirmou.

Segundo Jane, a madrasta doou as roupas e os pertences de Fernanda logo após a morte, sem a aprovação dela. A mãe acredita que a jovem já vinha sendo envenenada há um tempo. "Acredito que ela vinha sabotando a comida da minha filha. Ela nunca imaginava que perderia a vida dela por um prato de comida", disse ela, um dia antes de ir até a delegacia e saber dos resultados.

Na última terça-feira (5), um laudo de exame complementar de pesquisa de substância tóxica em amostra biológica no material gástrico de Bruno Carvalho Cabral, de 16 anos, confirmou que o jovem, irmão de Fernanda, também foi envenenado pela madrasta. Ele chegou a ficar internado, mas sobreviveu.

No resultado foram encontradas evidências da presença dos compostos carbofurano e terbufós, assim como compostos de degradação, que são substâncias pesticidas. Cíntia Mariano Dias Cabral, madrasta do estudante, suspeita de envenená-lo durante um almoço de família, está presa por tentativa de homicídio.