Rio - A Justiça do Rio converteu em preventiva a prisão em flagrante do anestesistaGiovanni Quintella Bezerra, 32 anos, preso por estupro a paciente durante cesariana, nesta segunda-feira (11). O médico foi detido após ser filmado por enfermeiras abusando de mulher grávida que realizava cesárea no Hospital Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
A conversão da prisão foi decidida durante audiência de custódia, nesta terça-feira (12), pela juíza Rachel Assad, Giovanni foi levado para o presídio Werling de Oliveira (Bangu 8), no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste. Na decisão, a juíza pontuou a gravidade do ato praticado pelo médico, que sequer se importou com presença de outros profissionais no local onde o crime era praticado.
"A gravidade da conduta é extremamente acentuada. Tamanha era a ousadia e intenção do custodiado de satisfazer a lascívia, que praticava a conduta dentro de hospital, com a presença de toda a equipe médica, em meio a um procedimento cirúrgico. Portanto, sequer a presença de outros profissionais foi capaz de demover o preso da repugnante ação, que contou com a absoluta vulnerabilidade da vítima, condição sobre a qual o autor mantinha sob o seu exclusivo controle, já que ministrava sedativos em doses que assegurassem a absoluta incapacidade de resistir", pontuou a juíza.
A magistrada fala ainda sobre o trauma imposto à vítima, que terá de lidar com o ato brutal marcado pela data do nascimento do próprio filho. "Em um parto onde a mulher, além de anestesiada, dava luz ao seu filho – em um dos prováveis momentos mais importantes de sua vida – o custodiado, valendo-se de sua profissão, viola todos os direitos que ela tinha sobre si mesma", completou.
Seis vítimas
Em entrevista nesta terça-feira, a delegada responsável pelo caso Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de São João de Meriti, disse que agora o médico já é investigado por seis casos de estupro. Três vítimas procuraram a delegacia para de denunciar terem sido vítimas do médico em outras unidades de saúde.
Todas elas já foram ouvida pelos investigadores. As demais estavam sendo atendidas no plantão do último domingo, no Hospital da Mulher, em São João de Meriti, onde as gravações do anestesista abusando uma das pacientes foram feitas. Ela era a última a ser atendida naquele dia.
Antes do flagrante, Giovanni já era réu em ação movida por paciente que acusava o médico e outros três profissionais por erro médico. O caso aconteceu em 2019 e ainda está correndo na 5ª Vara Cível de Madureira, na Zona Norte do Rio.
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