Wesley de Moura Apolinário, filho da vítima, no IML de Nova Iguaçu, para a liberação do corpo de Cláudia Gonçalves MouraReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Wesley de Moura Apolinário, filho da vítima, disse que por conhecer o companheiro da mãe, imaginava que iria encontrá-la machucada, mas não sem vida. Ele estava acompanhado da mulher, Michelle Veríssimo, do seu pai e ex-marido da mãe, Pedro Apolinário, e de amigos.
"Eu já esperava encontrá-la, pelo menos, machucada, ou que estivesse amarrada em algum lugar, mas conforme foram passando os dias e os fatos se estreitando mais para o lado dele, a gente já desconfiava que ele tinha matado a minha mãe. Mas da forma que ele matou, foi cruel. Saber que ele esquartejou minha mãe, foi bem cruel", desabafou.
"Tem coisa que a gente só vê em filme, televisão, bem distante, quando acontece contigo ali de perto, é difícil. A pessoa que te colocou no mundo, pessoa que cuidou de você, e você ver a pessoa saindo daquele jeito, esquartejada, não tenho nem palavras", completou.
Ele ainda alerta para o fato de que Cláudia não é a primeira mulher de José Carlos a desaparecer. A primeira companheira do acusado é dada como desaparecida até hoje. Para a família, o crime foi premeditado e não consequência de uma briga.
"A gente espera que ele permaneça muito tempo na prisão, a minha mãe não vai voltar, mas pelo menos conforta um pouco da nossa dor. Eu acho que também tinha que investigar mais a vida desse cara, porque do jeito que ele matou minha mãe, do jeito que ele foi frio... Eu fui lá, ele estava dormindo, fez comida, jantou. Ele não fez isso pela primeira vez, não é a primeira vítima dele. Do jeito que ele fez, ele premeditou tudo, eu tenho certeza de que não é a primeira vítima. Inclusive, a ex-mulher dele, a primeira mulher dele, também está desaparecida até hoje. Com certeza ela foi mais uma vítima, porque ninguém some assim, do nada", desabafou.
"Ele pensou em tudo, em todos os detalhes. Em momento nenhum achamos vestígios. Estamos falando aqui de um psicopata, aquilo ali é coisa que eu nunca tinha visto. A casa estava intacta. Ele teve o cuidado de organizar tudo, peça por peça", disse.
Segundo Danielle Chagas, de 34 anos, nora de Cláudia, elas se falavam todos os dias e na segunda-feira, dia 4 de julho, estranhou o fato de a mensagem não ter chegado ao celular da vítima.
"Eu comecei a sentir falta dela na segunda feira, porque sempre falo com ela o dia inteiro. Mandei mensagem desde as 6h da manhã e só foi um tracinho [indicando que a mensagem pelo aplicativo nãohavia sido entregue], mas pensei que ela poderia estar ocupada cuidando de uma senhora, mas estranhei porque até as 11 horas, nada dela. E então comecei a ligar para os dois números que ela tinha e ambos estavam dando desligados", disse.
Na tentativa de encontrar Cláudia, Danielle e seu marido, Everson, entraram em contato com José Carlos. Segundo ela, o homem disse que a mulher teria ido trabalhar e o telefone havia desligado por falta de bateria. No dia seguinte, os filhos foram até a residência.
"Na terça-feira, os filhos foram na casa e novamente ele deu a mesma versão e atendeu muito nervoso. Na quarta-feira, um dos filhos foi até o trabalho dela e a patroa informou que havia mandado mensagem para o marido perguntando porque ela não apareceu no emprego desde segunda", afirmou.
Cláudia foi morta na noite do dia 3 de julho. José Carlos foi preso temporariamente pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver e encaminhado à Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
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