Campanha se iniciou após um amigo do jovem ter se oferecido em vender camisas com o rosto do menino e angariar fundos para ajudar a criançaReprodução
Família de jovem morto na Zona Oeste apela por ajuda
Familiares e amigos de Cauã Nascimento, de 19 anos, pedem mantimentos para a filha de apenas 1 ano e três meses do jovem assassinado
Rio - A família do jovem Cauã Nascimento, de 19 anos, morto após levar um tiro na cabeça durante uma festa em Santa Cruz, no último sábado (30), fez um apelo pedindo ajuda para Alanda Kauane Martins, 18, viúva do jovem, e a filha do casal, Aylla Sthefany, de 1 ano e 3 meses.
A iniciativa começou após todos do grupo do jovem terem feito camisas com o rosto dele, porém, quatro camisas acabaram sobrando. Ao perceber a sobra, um amigo do Cauã decidiu vender as blusas para angariar fundos para ajudar a esposa de Cauã, que está desempregada.
"Um dos amigos do grupo do Cauã se ofereceu em vender as quatro camisas para comprar fraldas e leite para a Aylla. Dali começou a manifestação onde todos se mobilizaram para realizar uma campanha para ajudar. Algumas pessoas acabaram ajudando via PIX e outras já enviaram fraldas, leite e comida tanto para a mãe e para a filha do Cauã. Várias pessoas vem ajudando, até uma ONG se ofereceu em ajudar na campanha.", explicou Suane Martins, tia da Aylla.
Segundo Suane, Washington Andrade, uma pessoa ligada a família, se disponibilizou em criar uma conta PIX (21974611302) destinada apenas para ajudar a mãe e a criança, para quem consiga doar qualquer quantia. A campanha também pede que pessoas que queriam doar leite ou fralda (M ou G) pessoalmente, possam entrar em contato com a mãe da Aylla.
Cauã, que trabalhava com panfletagem, deixou uma filha de um 1 ano e três meses e a mulher. O jovem ficou dois dias internado em estado grave no Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz. Ele chegou a passar por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. De acordo com seu irmão, o jovem teve morte cerebral e duas paradas cardíacas. A família chegou a assinar um documento para a doação de órgãos, mas por conta do coração ter parado, não foi possível realizar o procedimento.
Segundo Gabriel Santos Constantino, irmão da vítima,o sepultamento e o enterro de Cauã será na sexta-feira (5), às 9h, no Cemitério de Campo Grande, na Zona Oeste.
Investigação
A Polícia Civil investiga quem foi o autor do disparo que baleou o jovem Cauã, na cabeça, durante uma festa em Santa Cruz. Testemunhas alegam que quem atirou em Cauã foi um bombeiro civil, vizinho do salão de festa onde acontecia a confraternização.
O homem teria ido ao local, com uma arma em mãos, para acabar com uma briga do lado de fora do estabelecimento. Amigos de Cauã dizem que ele não estava envolvido na briga, mas entrou no meio para acabar com a confusão. Ainda segundo testemunhas, ele foi atingido com um tiro disparado por este vizinho.
O delegado da 36ª DP (Santa Cruz), Fábio Luiz da Silva, responsável pela investigação, informou que ainda está juntando todas as provas e coletando depoimentos de outras testemunhas para, então, prender o autor do disparo. Ele também não confirmou a ocupação do principal suspeito. "As investigações estão adiantadas, mas no momento só posso falar que ainda não intimei o suspeito, pois o objetivo é juntar o maior número de provas e concluir a investigação", disse. Equipes do27º BPM (Santa Cruz) foram acionados, mas quando chegaram no local o suspeito já havia fugido.
Um amigo próximo de Cauã, identificado como Alan Bruno, afirmou que a vítima não tinha envolvimento com o crime. "Ele não é bandido e nem mexe com coisa errada. Eu conheço ele, sempre que podia ele ajudava a gente lá no morro. É um rapaz decente", afirmou.
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