Direitos Humanos da ONU investiga governo do Rio por operações policiais e prisões arbitrárias
A denúncia foi feita em abril deste ano, na sede da ONU em Nova York, pelo então secretário de Direitos Humanos de Niterói, Raphael Costa
Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) vai analisar as operações policiais no Estado do Rio de Janeiro - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia/ Arquivo
Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) vai analisar as operações policiais no Estado do Rio de JaneiroReginaldo Pimenta / Agência O Dia/ Arquivo
Rio - O Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) abriu um processo de investigação contra o governo do Rio de Janeiro sobre as mortes de pessoas inocentes em operações policiais e as prisões arbitrárias no estado. A denúncia foi feita em abril deste ano, na sede da ONU em Nova York, pelo então secretário de Direitos Humanos de Niterói, Raphael Costa.
Atualmente, ele não pertence mais à Prefeitura de Niterói, mas recebeu, na última sexta-feira (5), uma notificação de Jose Hernandez Paz, oficial de direitos humanos da ONU, informando que a denúncia foi encaminhada para o Comitê. Agora, especialistas independentes vão solicitar informações ao governo do Rio e produzir um relatório sobre as denúncias.
Raphael reforçou a importância desta investigação para o Rio de Janeiro. "A notícia de que a denúncia foi enviada para Genebra é um grande avanço, pois significa que agora os relatores independentes da ONU irão apurar os casos e solicitar informações ao governador. O principal objetivo da denúncia é pressionar o governo a trabalhar por uma política de segurança que reduza a violência. Estamos falando de vidas humanas, incluindo de crianças e de policiais, que devem ser protegidas e não mortas", disse ao DIA.
Na petição, elaborada por Raphael e baseada em relatórios da Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) e do Colégio Nacional de Defensores Públicos Gerais (Condege), foi indicada a existência de falhas no reconhecimento fotográfico pelas polícias Civil e Militar, como foi o caso do músico Luis Justino, em setembro de 2020, e também as mortes de inocentes durante ações policiais.
A denúncia também critica e pede maiores explicações sobre o funcionamento do programa Cidade Integrada, que teve início em janeiro deste ano no Jacarezinho, Zona Norte do Rio.
Procurado, o governo do Rio de Janeiro informou que ainda não foi notificado.
Confira a nota na íntegra:
"Na gestão Cláudio Castro, o Rio de Janeiro vem apresentando expressivas reduções nos índices de crimes contra a vida. Os homicídios dolosos (intencionais), por exemplo, atingiram o menor patamar em 31 anos. A letalidade violenta e as mortes por intervenção de agente do estado também recuaram.
Além disso, tem sido feito um forte investimento em tecnologia nas polícias Civil e Militar. Uma delas é o processo para aquisição de 21.571 câmeras operacionais portáteis, na maior licitação desse tipo de equipamento já feita no País para as forças de segurança, fiscalização e defesa civil. A aquisição faz parte do programa de transparência do Governo do Estado do Rio e as câmeras já estão sendo utilizadas pela Polícia Militar.
A Polícia Militar também vem atuando em várias frentes para reduzir de forma consistente os índices de letalidade violenta e de vitimização policial. Entre essas ações, estão a criação de uma série de programas preventivos pautados pelo conceito de polícia de proximidade; investimento maciço em treinamento e em equipamentos de proteção individual; e aprimoramento dos protocolos de atuação operacional desenvolvidos conjuntamente com o Poder Judiciário.
Sobre o programa Cidade Integrada, os resultados também são expressivos. O colégio Compositor Luiz Carlos da Vila foi reformado e 3 mil alunos se inscreveram para as atividades poliesportivas (piscina e quadra); 10 mil vagas de emprego foram oferecidas em duas Casas do Trabalhador; foram abertas 2 mil vagas com a reforma dos Centros de Referência da Juventude de Manguinhos e Jacarezinho; 1050 vagas de cursos profissionalizantes com a inauguração da unidade da Faetec de Manguinhos. Além disso, a AgeRio ofereceu um total de R$ 14.546.921,60 em microcréditos no Jacarezinho e na Muzema, de R$ 3.682.150,00; o programa ‘Na Régua’ já reforçou 150 imóveis no Jacarezinho."
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