O violoncelista Luiz Carlos da Costa Justino, de 23 anosReprodução / Facebook

Por O Dia
Rio - A Justiça do Rio determinou que a Polícia Civil retire a foto de Luiz Carlos da Costa Justino, de 23 anos, do álbum de suspeitos da 79ª DP (Jurujuba), em Niterói, Região Metropolitana do Rio. O músico foi preso em setembro de 2020 acusado de um assalto à mão armada em 2017.

Na decisão, o juiz Gabriel Stagi Hossmann esclareceu que o pedido não causaria nenhum prejuízo à secretaria: "Verifica-se que a medida de retirada da fotografia do denunciado do álbum de suspeitos da polícia civil não causaria qualquer prejuízo, já que o acusado é primário e tecnicamente portador de bons antecedentes, possuindo indícios de que possui ocupação lícita.

"Por fim, ressalvo que em eventual caso de condenação do denunciado com trânsito em julgado neste juízo ou em qualquer outro juízo, deverá a presente decisão perder eficácia, podendo ser inserida a fotografia de Luiz Carlos Da Costa Justino no rol da polícia civil do Estado do Rio de Janeiro", complementou o magistrado.
Músico está livre mas o caso ainda não foi arquivado
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Luiz Carlos Justino foi preso em setembro de 2020, após uma vítima de um roubo cometido em 5 de novembro de 2017 reconhecê-lo como autor do crime ao ver uma foto do músico na delegacia. Embora sua defesa afirme que há "dezenas de depoimentos" testemunhando que ele estava em outro lugar na hora do crime e que teria sido vítima de racismo, ele chegou a ficar preso por alguns dias e segue em prisão domiciliar.
A defesa do violoncelista Luiz Carlos Justino estuda os próximos passos no processo. "A gente cumpriu uma etapa importante que é a questão da decisão liminar que revoga a prisão preventiva dele", afirmou Renan Gomes, da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB-RJ, e um dos advogados do caso.
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Uma onda de comoção tomou as redes sociais e até um abaixo assinado foi criado pedindo a soltura do jovem. Membro da Orquestra de Cordas da Grota, o violoncelista conta como foram os três dias que passou na cadeia. "Fiquei numa cela com mais de 80 pessoas e nos serviram comida estragada", lembrou ele, visivelmente abatido.
"Fiquei com muito medo. Aquilo não é lugar para ninguém. Quero agradecer a Deus e a todos que se mobilizaram a me ajudar nesse processo, contra a injustiça", acrescentou.