O abdômen da paciente antes da cirurgiaDivulgação
Imagem forte: tumor de 46kg é retirado de uma mulher em Itaperuna
Paciente sofria de falta de ar e mal conseguia falar ou deitar; cirurgia demorou aproximadamente 2h
Rio - Um caso inesperado aconteceu em Itaperuna, no Noroeste do estado, nesta quarta-feira (31). Uma paciente de 45 anos deu entrada na emergência do Hospital São José do Avaí, na segunda-feira (29), alegando estar com falta de ar, sem conseguir falar e nem deitar. Internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e após realizar uma tomografia, a paciente foi encaminhada para uma cirurgia de emergência. A causa: um tumor de 46Kg.
"Ficamos até assustados. O abdômen estava enorme. Ela não conseguia falar direito por conta da falta de ar, mas o pouco que ela falou com a gente, ela explicou que notou que [o tumor] começou a crescer há cinco anos. Mas se ela notou há cinco anos, provavelmente tem mais tempo", disse o cirurgião-geral Gláucio Boechat. A paciente é natural de Volta Grande, em Minas Gerais, mas mora em Itaperuna há dez anos.
A cirurgia demorou duas horas e contou com três anestesistas, o doutor Glaucio como cirurgião, dois residentes de cirurgia e quatro auxiliares de enfermagem. A massa ocupava toda a pelve, onde fica o útero, e ia até o abdômen, em cima do fígado. Boechat explica que, à princípio, a massa saiu do útero, parecendo um mioma, mas reafirmou que é necessário aguardar a biópsia, que pode demorar até 20 dias, para poder ter certeza do tipo de tumor e para poder prosseguir com o tratamento.
Apesar da paciente continuar no CTI, o médico disse que ela está bem, respirando normalmente, sem o auxílio de aparelhos, se alimentando, além da quantidade de remédios já estar diminuindo. A mulher também já está conseguindo conversar e deitar normalmente. Por mensagem, o médico comemorou a recuperação, brincando: "Fui lá agora e ela está jantando. Arroz, feijão..."
Questionado se já havia visto algum quadro parecido, Boechat, formado há 22 anos pela Universidade Federal Fluminense (UFF), afirmou que não. "Eu nunca vi nenhum tumor desse tamanho, não. E você pode procurar na literatura, tem pouquíssimos tumores desse tamanho", explicou.
A pergunta que fica, para o cirurgião, é porque a paciente não procurou atendimento antes, aproveitando para deixar um alerta às pessoas. "Se a pessoa sentiu alguma alteração no organismo, alguma dor, algum caroço ou tumor, deve procurar um médico para ver o que é logo no início. O mesmo vale para uma pessoa que tem pedra na vesícula, que tem hérnia, cisto no ovário. Deve-se procurar o atendimento antes que piore, antes que as coisas tomem proporção igual a esse caso: uma cirurgia simples, que daria para fazer por videolaparoscopia, deu lugar a uma cirurgia enorme por não ter operado antes. A cirurgia é muito pior, então quanto antes o diagnóstico, melhor", disse o doutor Glaucio Boechat.
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* Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes
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