Land Rover Evoque foi arrematado por R$ 152 milDivulgação/Rymer Leilões

Rio - Apenas um dos três carros de luxo do delegado Maurício Demétrio, preso acusado de chefiar esquema de extorsão do comércio de Petrópolis, na Região Serrana, foi arrematado em leilão realizado nesta quinta-feira (1). O veículo, da marca Land Rover, tinha lance inicial de R$ 140 mil foi apregoado por R$ 152 mil.

Os outros dois veículos, uma Mercedes-Benz GL350, ano 2015, que tinha lance inicial de R$ 217 mil, além de uma Toyota Hilux SW4, com lance inicial de R$ 66 mil, não receberam nenhum lance durante o pregão. Os três carros fazem parte das apreensões feitas durante a Operação Carta de Corso, que descobriu esquema de cobrança de propina a comerciantes de Petrópolis, em especial os da Rua Teresa.

O leilão dos carros aconteceu antes mesmo do fim do processo contra o delegado. A determinação foi feita pela Justiça, que temia pela deterioração dos bens durante o curso das investigações.
Modelo de luxo da marca Mercedes-Benz não recebeu lances  - Divulgação/Rymer Leilões
Modelo de luxo da marca Mercedes-Benz não recebeu lances Divulgação/Rymer Leilões


O Land Rover Evoque SE SD4 blindado foi arrematado por R$ 152.320,50 e o lance inicial era de R$ 140.320,50. Além do valor do veículo, que deve ser depositado à vista em conta da Justiça, o arrematante do leilão também precisará quitar o IPVA referente a 2022, no valor de R$ 8.622,56, e R$ 293,47 em multas para conseguir regularizar o automóvel.

Delegado preso

Maurício Demétrio está preso desde junho do ano passado na Penitenciária Bandeira Stampa, no Complexo de Gericinó, em Bangu, pelos crimes de associação criminosa, obstrução à Justiça, lavagem de dinheiro ou ocultação de bens e cobrança de propina.

De acordo com as investigações, Demétrio, que à época era titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial, cobrava um pagamento mensal para que comerciantes pudessem trabalhar com produtos falsificados na cidade da Região Serrana.

Os policiais investigavam o esquema desde 2019, quando um dos comerciantes, insatisfeito com as recorrentes cobranças, denunciou a prática. Na operação, além dos carros, foram apreendidos R$ 240 mil em dinheiro na casa do delegado e 13 celulares.

Além do caso da propina, Demétrio também é apontado como mentor de uma investigação falsa que aconteceu em março do ano passado. A ação tinha por objetivo obstruir e enfraquecer investigações que ja estavam em curso contra ele e seu grupo.