Rio- A Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco-IE) realizou, na manhã desta sexta-feira (2), a operação "Perdeu, Playboy" para desarticular uma milícia que atua nas regiões de Curicica e Terreirão, na Zona Oeste. O objetivo era cumprir 10 mandados de prisão e 39 de busca e apreensão contra o grupo do miliciano Leandro Xavier da Silva, o Playboy da Curicica, preso em flagrante na última terça-feira (30). De acordo com o delegado da Draco, Ricardo Carraretto, seis criminosos foram presos durante a operação.
Dentre os presos está o policial militar Marcos Roberto França Junior, acusado de realizar a segurança de Playboy. De acordo com a PM, o agente era lotado na 3ª UPP no 6º BPM (Tijuca) e foi preso na manhã desta sexta-feira (2) enquanto estava de serviço. Com ele foram apreendidos três celulares, uma arma de fogo e um tablet. Em nota, a Corregedoria da Polícia Militar informou que não compactua com desvios de conduta praticados por seus integrantes.
Outro alvo da operação foi o guarda municipal Rodrigo César Oliveira de Rezende. Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na sede do órgão, em São Cristóvão. O agente, no entanto, não foi encontrado e é considerado foragido.
A ação, que contou com o apoio da 41ª DP (Tanque) e da Corregedoria da Polícia Militar, é um desdobramento de uma ação Draco-IE realizada na madrugada do dia 19 de maio, após investigações indicarem a presença do Playboy da Curicica, seguranças e comparsas no interior de uma boate na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. No entanto, ao se aproximarem do local para prender os criminosos, o PM Marcos Roberto França Junior, simulou uma confusão na entrada da casa de festas, realizando tiros com o intuito de chamar a atenção dos agentes e possibilitar a fuga dos milicianos.
Na ocasião, o PM foi preso em flagrante, sendo apreendido também dois veículos, sete armas de fogo, três granadas, diversos carregadores e munições, além de telefones celulares e cadernos com anotações da contabilidade do grupo, que foram deixados pelos milicianos na fuga da boate.
O prosseguimento das investigações, com a análise dos telefones apreendidos, das imagens da boate e perícia papiloscópica nos veículos revelou e identificou comparsas do miliciano Playboy da Curicica, como Osmar Silva de Souza, o Novinho do Terreirão, líder do grupo paramilitar na Comunidade do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes e o chefe de segurança da casa de festa Albano Pereira Marinho Neto, o Neto, que recolheu algumas armas dos milicianos, escondendo-as em outro local do estabelecimento.
Procurada, a Guarda Municipal do Rio informou que recebeu uma equipe da Polícia Civil para o cumprimento de um mandado de busca e apreensão para verificar o armário do agente, contudo, ele não é lotado na sede.
Em nota, o órgão disse ainda que está cooperando com as autoridades policias, dentro de suas atribuições.
Quem é Playboy
Leandro Xavier da Silva, o Playboy de Curicica, é aliado do miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. A Polícia Civil o investiga por crimes de homicídio qualificado, roubo, extorsão, tortura, receptação, formação de milícia e organização criminosa. Ele e seu bando atuam na região de Curicica realizando cobranças de taxas ilegais de segurança, explorando o comércio ilegal de gás, serviços de internet e TV a cabo clandestinos, transporte ilegal de passageiros, além de grilagem de terrenos e venda ilegal de imóveis.
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