Rio - A Secretaria de Estado de Saúde (SES) contabilizou 881 casos confirmados de varíola dos macacos (Monkeypox) no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (14). Além disso, há 105 casos prováveis, ou seja, com exame inconclusivo ou não coletado, 471 em investigação e 1.452 casos foram descartados. O estado segue com um total de 2.909 casos notificados e um óbito. Os dados são do Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (CIEVS-RJ) e foram atualizados às 16h41.
O número de homens contaminados ainda segue maior que o de mulheres. São 92,5%, ou seja, 815 homens contaminados, e 7,5% mulheres (66). A faixa etária dos 20 aos 39 anos também continua com o maior número de casos confirmados. São 630 pessoas contaminadas, enquanto adultos entre 40 e 59 anos são 205. O menor número é encontrado entre crianças de 0 a nove anos, que correspondem a apenas 8 casos.
Em relação à região, a Metropolitana I concentra 83,43% dos casos, 735. A Região Metropolitana II vem logo em seguida, com 11,92%, ou seja, 105 casos. A Baixada Litorânea tem nove casos, a Médio Paraíba contabiliza seis, a Serrana registrou cinco e a Norte e a Noroeste contabilizam três e dois, respectivamente.
As erupções cutâneas e a febre ainda são os principais sinais da doença. No estado, 790 casos apresentaram as feridas como sintoma, ao passo que 505 pessoas queixaram-se de febre.
Com a ajuda do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, a equipe do CTVacinas recebeu dois frascos com "sementes" do vírus Vaccínia Ankara Modificado (MVA), que pertence à família da varíola dos macacos e é capaz de produzir uma resposta imune contra a monkeypox. O material é o mesmo utilizado na vacina Jynneos/Imvanex, produzida pela empresa Bavarian Nordic, que é, até o momento, a única responsável por abastecer o mundo todo contra a doença.
Para criar o modelo da vacina nacional, a equipe da UFMG pretende alterar geneticamente essas "sementes" enviadas pelos Estados Unidos e fazer com que o vírus de MVA enfraquecido se multiplique. "Devido à semelhança genética desse vírus com o da monkeypox (varíola dos macacos), ela consegue imunizar contra a nova doença, assim como protegeu contra a varíola humana no passado. É o que chamamos de proteção cruzada", explica Flávio da Fonseca, professor da UFMG.
A partir disso, os cientistas podem criar uma "receita" de produção que depois poderá ser replicada em larga escala por laboratórios como o Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). "O que estamos fazendo é criar o desenvolvimento dessa vacina no Brasil, onde ele nunca foi cultivado. Essa estratégia vai ao encontro do nosso interesse em nos tornarmos autônomos e autossuficientes", aponta Fonseca.
"A nossa parte pode ficar pronta entre dois e três meses, porque não é uma vacina criada do zero, como era o caso da covid, mas sim os parâmetros de um modelo em pequena escala", acrescenta o professor. Concluída esta etapa, acredita-se que o ajuste do modelo à produção em larga escala e a distribuição à população possam ser feitas nos próximos seis meses, se tudo correr como o esperado.
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