Fachada do Colégio Pedro II, em RealengoFoto: Reprodução

Rio - Responsáveis de alunos de unidades do Colégio Pedro II reclamam da falta de inspetores nas unidades de ensino, após a Polícia Civil abrir investigação sobre um caso de sexo em grupo envolvendo alunos menores de idade, no Campus Realengo, na Zona Oeste. Segundo informações preliminares, 16 adolescentes, com idades entre 12 e 17 anos, além de uma jovem de 19 anos, teriam participado de sexo grupal em uma sala da unidade. A direção do colégio disse em comunicado, neste sábado (17), que abriu processo disciplinar sobre o ocorrido. 
A mãe de um aluno do segundo ano do ensino médio, na Unidade de São Cristóvão, na Zona Central, contou ao Dia que, na maioria dos campi, existe apenas um inspetor por andar, o que dificulta a fiscalização. Segundo a mulher, que não quis se identificar, "os prédios são muito grandes e com salas muito distantes e necessita de mais atenção".
"Somente naquele campus de Realengo são três prédios. Como um inspetor vai conseguir olhar todas as salas do andar, ao mesmo tempo?", questionou a mãe.
Segundo ela, em um grupo de mães de alunos da unidade em que o filho estuda, outra responsável afirmou que os jovens marcaram pela internet e, um aluno, impedido de entrar na sala onde, supostamente, estariam acontecendo os atos, anotou o nome dos demais e entregou à secretaria. 
Outro relato seria de que a direção da unidade teria expulsado dois alunos. Procurada pelo Dia, a assessoria do colégio não se manifestou sobre as supostas expulsões, nem sobre a quantidade de inspetores na unidades. A direção geral do Colégio Pedro II Campus Realengo informou, neste sábado (17), por meio de comunicado oficial que os estudantes identificados como envolvidos foram suspensos por cinco dias.
O pai de uma aluna do nono ano da Unidade Humaitá II, na Zona Sul, confirma a defasagem de profissionais na unidades. Segundo ele, o fato poderia ter sido evitado com a contratação de mais funcionários.
"Nós sabemos que os adolescentes utilizam o celular para tudo e fica difícil prever o que eles estão marcando. Mas um inspetor poderia, pelo menos, perceber uma movimentação diferente nos corredores e ter evitado todo esse problema", disse o homem.
O delegado Flávio Ferreira Rodrigues, da 33ª DP (Realengo), responsável pelas investigações, reafirmou que foram feitas diligências na unidade. No entanto, disse que, por enquanto, não há mais informações sobre o caso.