Familiares de Raphael Luiz Mota, de 22 anos, e Igor Ibraim de Oliveira, 28, dizem que policiais militares executaram os rapazesDivulgação

Rio - A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro pediu, nesta quinta-feira (6), rigidez e celeridade das polícias Civil e Militar nas investigações das mortes de Raphael Luiz Mota, de 22 anos, e Igor Ibraim de Oliveira, 28. Membros da Comissão se reuniram na manhã desta quinta (6) com familiares de ambos para dar suporte e solicitar a proteção do Estado para eles.
A família de Raphael afirma que o jovem foi executado com um tiro de fuzil nas costas, na noite de segunda-feira (3), quando voltava do trabalho no bairro de Santa Isabel, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. Amigos dizem ainda que policiais inseriram drogas e um veículo roubado na ocorrência para incriminá-lo. Ele trabalhava polindo e lavando carros em uma oficina de pintura.
Sobre este caso, a Polícia Militar informou que a Corregedoria está apurando e afirmou que Raphael estava no local onde houve confronto entre PMs e traficantes. A Corporação disse ainda que próximo ao local onde o jovem foi localizado, foi encontrado uma arma, drogas e uma moto roubada. 
Um dia depois deste caso, outro rapaz foi morto no Morro do Barbante, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. A família de Igor acusa os policiais militares de executar o rapaz, após uma tocaia na comunidade. Conhecidos disseram ao DIA que o rapaz trabalhava vendendo salgadinhos e não tinha nenhum envolvimento com o tráfico.
A Polícia Militar diz que equipes estavam em patrulhamento pela comunidade, quando se depararam com criminosos armados e houve confronto. Após estabilizar o local, dois indivíduos foram encontrados feridos, entre eles Igor, e houve apreensão de duas armas e drogas. O socorro foi feito ao Hospital Municipal Evandro Freire e a ocorrência foi apresentada na 37ª DP (Ilha do Governador).
Segundo o comando do 17° BPM (Ilha do Governador), já foi instaurado um procedimento para apurar as circunstâncias do fato e que a PM está colaborando integralmente com o procedimento investigativo da Polícia Civil.
Armas apreendidas e investigação sem perícia
Sobre as investigações da morte de Raphael, a Polícia Civil informou que a 75ª DP (Rio do Ouro) não fez a perícia porque o local foi desfeito, mas não descarta a possibilidade de fazer uma reprodução simulada nos próximos dias. Disse ainda que os policiais militares envolvidos na ocorrência foram ouvidos e tiveram as armas recolhidas para perícia. Testemunhas também foram ouvidas e outras devem prestar depoimento.
Já em relação às investigações da morte de Igor, a Civil disse que, assim como no caso anterior, o local foi desfeito, por isso não houve perícia, mas que também é possível que tenha uma reprodução simulada. Testemunhas também serão ouvidas.
A Comissão de Direitos Humanos disse que não descarta a possibilidade da existência de um grupo de extermínio em vários pontos do Estado, por isso reforçou a importância das investigações.