Gustavo de Andrade e Silva, alvo da Operação CalígulaDivulgação/MPRJ

Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa de Gustavo Andrade, filho do bicheiro Rogério de Andrade. Os dois estão presos há dois meses na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, conhecida como Bangu 8, no complexo de Gericinó.
De acordo com a decisão do TJRJ, Gustavo tem posição hierárquica elevada em uma organização criminosa que também conta com a participação do pai. O juiz Bruno Ruliére, da 1ª Vara Criminal Especializada, entende que o grupo "faz uso rotineiro e exacerbado de poder e violência, atos de corrupção sistemática de órgãos públicos, apresentando uma atuação perene e estável da atividade criminosa".
O magistrado também afirmou que a organização tem grande poder econômico, o que poderia representar um risco de fuga. Além disso, ressaltou os diversos indícios de atividades criminosas no momento da prisão.
Procurada pelo DIA, a defesa de Gustavo ainda não se manifestou.
Rogério e o filho foram presos no início de agosto em uma mansão em Itaipava, distrito de Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Os dois são acusados de integrar uma organização criminosa que explora jogos de azar e corrompe policiais para agir livremente. O grupo foi alvo da Operação Calígula, deflagrada em maio. Entre os membros presos estão os delegados Marcos Cipriano e Adriana Belém. 
Rogério de Andrade é sobrinho de Castor de Andrade, que dominava o jogo do bicho nas décadas de 70 e 80. Após a morte de Castor em 1997, ele passou a disputar o espólio com Fernando Iggnácio, genro do patrono, assassinado há quase dois anos. Herdando a paixão pelo samba do tio, Rogério é presidente de honra da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel.