No Rio, 1.033 casos apresentaram as feridas na pele como sintoma da varíola dos macacosReprodução

Rio - A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que, até esta sexta-feira (21), foram confirmados 1.191 casos de varíola dos macacos (monkeypox) no Rio de Janeiro. Além disso, 265 seguem como suspeitos e outros 141 pacientes são tratados como prováveis. No estado, 2.473 casos foram descartados.
O Rio tem um total de 4.070 casos notificados e três óbitos desde o início do surto da doença. Todas as cinco pessoas em tratamento com Tecovirimat estão com o procedimento concluído. Os dados são do Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (CIEVS-RJ).
A Região Metropolitana I tem 1.007 desses casos confirmados. Também foram registrados 128 na Região Metropolitana II, sete na Região Serrana, dez no Médio Paraíba, quatro no Norte Fluminense, 12 na Baixada Litorânea, três no Noroeste do Estado do Rio e 17 não informados.
Do total de pacientes infectados pela doença, 1.103 são homens, correspondendo a 92,6%. Além disso, são 836 casos em pessoas entre 20 e 39 anos. A principal forma de contagio da doença permanece o contato sexual, representando 37,11% dos casos.
As erupções cutâneas e a febre ainda são os principais sinais da doença. No estado, 1.033 casos apresentaram as feridas como sintoma, ao passo que 685 pessoas queixaram-se de febre.
Importância da prevenção contra a varíola
O registro da terceira morte por varíola dos macacos no estado acendeu um alerta para a importância da prevenção contra a doença através de campanhas e imunizantes.
O infectologista da Universidade do Rio de Janeiro (Uerj) e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), José Pozza, afirma que as campanhas de prevenção não estão sendo eficazes e aponta a baixa letalidade como um dos motivos.
"A única coisa que acredito que ainda falta é uma campanha educativa, feita de uma forma que a gente consiga observar e informar melhor as pessoas das formas de contágio, das formas de proteção. A gente não tem visto a realização dessas campanhas, apesar de ter sido uma nova doença de disseminação mundial. Como tem uma letalidade muito baixa, infelizmente as medidas informativas e as medidas de controle ficaram meio aquém do que deveriam", lamenta.
Para ele, a população sempre deveria estar atenta a doenças infecciosas, mesmo que apresentem baixo risco, mas Pozza ressaltou que não há motivo para pânico. "Apesar da monkeypox ser uma doença em que a gente tem observado uma mortalidade muito baixa, algumas pessoas com problema de imunidade desenvolvem quadros graves com encefalite, com pneumonia viral ou até lesões cutâneas bem disseminadas e em extensão, causando, às vezes, ruptura de pele com infecção bacteriana secundária".
Para a infectologista consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Tânia Vergara, a imunização por meio da vacina se mostrou ser mais necessária após mais uma morte.
"O que precisamos é de vacina para que possamos proteger, pelo menos, as pessoas mais vulneráveis a adquirir doença. Também precisamos ter disponível a medicação específica (Tecovirimat) para os casos mais graves. A população precisa saber que temos circulando monkeypox no nosso meio e que esta doença é transmitida por contato. Qualquer pessoa que tenha contato com alguém com monkeypox pode se infectar", disse.
Segundo ela, há centenas de pessoas na fila aguardando a imunização em todos o país. "A principal medida de prevenção é a vacina e porque ainda não a temos, não estamos com a prevenção adequada. Precisamos dela. Essa falta de vacina é uma situação de risco para todos, inclusive para os profissionais de saúde que recebem estes pacientes. Além dessa medida, o necessário é evitar contato com pessoas sob suspeita ou com diagnóstico de monkeypox."