A mãe de Lorenzo, ainda abalada, veste uma camisa com a imagem do filho e pede por Justiça em protestoPedro Medeiros/Agência O DIA
"Não sei como seguir a vida. Eu não sei o que vou fazer porque ainda tenho que ter forças, tenho uma criança de três anos que está com febre, porque ele está sentindo saudade do irmão. Ele acorda falando que a polícia matou o Lorenzo e eu tenho que falar que o irmão dele virou uma estrela (...) então está sendo muito difícil, ainda mais porque só morávamos nós três. E eu fico mais indignada porque eles viram que fizeram besteira e querem colocar a culpa no meu filho, tanto que não era nem para eles terem ido lá. a operação era só na Vila Kennedy", afirmou.
O ato desta terça-feira (1º) foi realizado para tentar provar a inocência do adolescente que morreu após ser baleado durante uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A ação tinha sido realizada para localizar os suspeitos da morte do agente da Polícia Rodoviária Federal, Bruno Vanzan Nunes, de 41 anos, em uma tentativa de assalto na Transolímpica, próximo à Vila Militar, na Zona Oeste.
Celline, mãe de Lorenzo, afirmou que o adolescente estava na garupa de um colega com a mochila de entregador quando foi atingido por um tiro na cabeça enquanto estava de costas.
O protesto desta terça-feira (1º) foi marcado por uma motociata formada por mototaxistas. Debaixo de chuva, os condutores carregaram bolas brancas e buzinaram para chamar atenção. Além disso, familiares e amigos também carregaram cartazes com frases como "Justiça", "Que era pra proteger vem pra matar", "Contra genocídio da juventude" e "Lorenzo era só uma criança".
Familiares do jovem Lorenzo Dias Palhinhas, realizaram mais um protesto nesta terça (1), desta vez em frente a 39ªDP (Pavuna) para tentar provar a inocência do adolescente que morreu durante uma operação da PRF no Complexo do Chapadão.#ODia
— Jornal O Dia (@jornalodia) November 1, 2022
Crédito: Pedro Medeiros/Agência O DIA pic.twitter.com/Ih3LNKMGpW
O avô de Lorenzo, Fernando Francisco Palhinhas, 55 anos, também desabafou sobre o sentimento de tristeza e injustiça:
"Sentimento de dor, tristeza, de injustiça, ele era trabalhador, querido, todo mundo gostava dele, ele entregava lanche para todos esse pessoal da moto. Às vezes eu dava bola pra ele, os amiguinhos furavam e ele falava que não tinha problema porque o importante era a amizade, e ele tinha muito amigos. Nós queremos justiça, vamos no MP, fazer bastante manifestação para não cair no esquecimento, para provar que Lorenzo não era traficante. Além da perda que dói ainda tenho que provar que ele era inocente", disse.
Ele ainda retratou como teria acontecido a situação e reforçou que o neto estava trabalhando fazendo entregas de lanches na comunidade.
"Lorenzo estava entregando lanche, a PRF abordou ele e um colega, ele estava na garupa, de acordo com testemunhas os policiais pegaram o lanche dele e mandaram eles subiram, quando eles subiram o policial alvejou ele na cabeça de fuzil e disse que ele estava trocando tiro, mas não estava, ele estava com a mochila de lanche e quando ele caiu ele estava com 10 reais na mão de uma entrega que ele tinha feito", contou.
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