Rio vacina crianças em meio a aumento de casos de Covid-19 no estado
A partir desta quinta-feira (16), devem se vacinar crianças, com comorbidades, de seis meses a 2 anos, 11 meses e 29 dias de idade no estado, e até 4 anos, na capital
Em clima de descontração, as crianças foram vacinadas tranquilamente no Jardim São Benedito
- Foto César Ferreira/Secom
Em clima de descontração, as crianças foram vacinadas tranquilamente no Jardim São Benedito
Foto César Ferreira/Secom
Rio - O Rio de Janeiro inicia, a partir desta quinta-feira (16) uma campanha de vacinação contra a Covid-19 para as crianças do estado. As secretarias estadual e municipal aguardavam a chegada de lotes da vacina Pfizer pediátrica baby pelo Ministério da Saúde, o que aconteceu na última sexta-feira (11).
A Secretaria Estadual de Saúde recebeu 76 mil doses, disponibilizadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Governo Federal, e vão contemplar crianças com comorbidades entre seis meses a 2 anos, 11 meses e 29 dias de idade no estado, e até 4 anos, na capital. Os lotes já estão disponíveis na Coordenação Geral de Armazenagem da SES (CGA), em Niterói, Região Metropolitana da cidade e devem ser agendados pelas secretarias municipais para retirada.
De acordo com a secretaria estadual, as orientações para aplicação, público-alvo e distribuição das vacinas, proporcionalmente por estado, e para o Distrito Federal, estão publicadas pelo Ministério da Saúde na Nota Técnica 114/2022-DEIDT/SVS/MS.
O esquema de vacinação proposto pelo fabricante para esta faixa etária é uma série primária de três doses. Duas doses iniciais que devem ser administradas com quatro semanas de intervalo, seguidas por uma terceira dose administrada pelo menos oito semanas após a segunda dose .
No último dia 9 de novembro, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério divulgou o Ofício 242/2022, que estabelece a lista de comorbidades incluídas na programação:
- Diabetes;
- Pneumopatias crônicas graves;
- Hipertensão arterial resistente;
- Hipertensão arterial estágio 3;
- Hipertensão arterial estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo;
- Imunocomprometidos;
- Doença renal crônica;
- Doenças neurológicas crônicas;
- Hemoglobinopatias graves;
- Obesidade mórbida;
- Síndrome de Down;
- Cirrose hepática; e
- Doenças cardiovasculares, como insuficiência cardíaca (IC) e cardiopatias congênitas". O lote foi encaminhado para a Coordenação Geral de Armazenagem da SES (CGA), em Niterói, onde estará disponível para os municípios retirarem a partir das 19h desta sexta-feira, mediante agendamento.
Município vai vacinar crianças com até 4 anos
A Secretaria Municipal de Saúde vai retirar, esta semana, 9.390 doses da Pfizer infantil e vacinará crianças entre seis meses e 4 anos com comorbidades. De acordo com o órgão, a ampliação na faixa etária acompanha uma aprovação da Anvisa que recomenda a imunização de crianças com até 4 anos que apresentem as condições necessárias.
Após interromper a distribuição de doses da vacina para crianças de 3 e 4 anos, a pasta aguarda o envio de nova remessa de Coronacac pelo Ministério da Saúde para retomar o calendário. No entanto, caso alguma criança nesta faixa etária apresente comorbidades e ainda não tenha sido vacinada, os responsáveis poderão solicitar a aplicação do imunizante da Pfizer.
Frente de prefeitos recomenda vacinação de crianças
Nesta segunda-feira (14), a Frente Nacional de Prefeitos divulgou um boletim em que expressa preocupação com o retorno de casos de Covid-19 nas cidades. Na nota, os políticos ressaltam a identificação da presença da nova variante do vírus em 65 países e cobram do Ministério da Saúde atenção ao cuidado com as crianças.
"As crianças não podem ser submetidas ao risco de morte, quando há imunizantes disponíveis no mercado. Sendo assim, solicita urgentemente ao Ministério da Saúde a aquisição e regularidade na entrega das doses, além do importantíssimo estímulo a complementação do plano vacinal de toda a população", diz.
No documento, os prefeitos questionam a decisão do Governo Federal de vacinar somente crianças com comorbidades. Segundo eles, "há oferta de imunizantes disponíveis para aquisição junto aos fornecedores, quanto porque não existem critérios seguros que permitam elencar comorbidades nessa faixa etária". E ainda alertam para os riscos de acesso às doses.
" É um equívoco replicar as diretrizes dos adultos para o público infantil. Certamente, isso comprometerá o acesso aos imunizantes, uma vez que poderá ser necessário encaminhamentos de médicos", escreveram.
Procurado, o Ministério da Saúde não se manifestou sobre a nota. O espaço está aberto para posicionamento.
Com alta de casos, Ministério da Saúde volta a recomendar máscaras
O ministério da Saúde, emitiu um documento, neste domingo (13), em que orienta as pessoas a retornarem a utilizar máscaras. De acordo com a nota, a preocupação é por conta da circulação da sublinhagem BQ.1. Na semana compreendida entre 4 e 11 de novembro foram notificados, no Brasil, 61.890 novos casos de Covid-19, um aumento considerável em consideração à semana anterior, entre 28 de outubro e 3 de novembro, quando foram registrados 31.050 pessoas infectadas.
No mesmo período foram, verificadas 305 mortes em decorrência da infecção. Já na última semana verificada, foram computadas 389 mortes em todo país.
No estado do Rio, entre 4 e 11 de novembro foram notificados 18.978 casos da doença, com 36 mortes. De 28 de outubro a 3 de novembro, foram registradas 9.350 pessoas novas infecções, e 22 óbitos.
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