Umbandistas celebram o Dia Nacional da Umbanda no Clube dos Suboficiais e Sargentos da Aeronáutica, em CascaduraDivulgação / Umbanda Rio

Rio - O dia 15 de novembro é celebrado como o Dia Nacional da Umbanda. Fundada em 1908, a religião brasileira completa 114 anos nesta terça-feira. Para comemorar, umbandistas de diversos terreiros se reuniram pelo Rio de Janeiro.
Em Cascadura, Zona Norte, o encontro aconteceu no Clube dos Suboficiais e Sargentos da Aeronáutica. O evento recebeu as bênçãos da madrinha Teresa Cristina e contou a presença de artistas renomados do samba, como a cantora Grazzi Brasil.
Outro que se apresentou foi o carioca Evandro Malandro, intérprete da Grande Rio que foi campeão do Carnaval deste ano com o samba-enredo homenageando Exu. A entidade, presente nas religiões de matriz africana, faz a ponte entre os humanos e orixás
O Pai Alex d'Oxalá, líder do Movimento Umbanda Rio, responsável pela organização da festa, comentou sobre a importância de celebrar a data. "É um grande momento de união, de confraternização e de afirmação dos nossos valores: paz, amizade, amor, fé e caridade", destacou.
A Umbanda tem diversas ramificações que se apresentam por meio de diferentes práticas. Alguns princípios, porém, são comuns a todas, como a caridade gratuita, sem distinção de cor, raça, credo religioso ou status social. Além disso, é contra a violência e valoriza a humildade como virtude fundamental. A religião se caracteriza pelo culto aos ancestrais através das forças da natureza representadas pelos Orixás e seus mensageiros.
Fundado em 2008, o Movimento Umbanda do Amanhã (Muda) tem o objetivo de divulgar a fé e combater o preconceito. Vice-presidente da organização, a Mãe Marilena Mattos, conhecida como Mãe Lena, conta que foi criada como católica, mas se converteu e se encontrou dentro da Umbanda.
"Minha história de vida se confunde com a minha história religiosa. Sou umbandista há exatamente 49 anos. A religião Umbanda me ensinou a viver, a compreender, a aceitar. Me ensinou o que é o amor e me ensinou a fazer caridade. Nasci e fui criada na religião católica. Aos 25 anos, me converti para Umbanda, porque foi nela que eu me achei. Hoje em dia, eu vivo inteiramente dentro da religião Umbanda", relatou.
Perguntada sobre a importância da religião em sua vida, Mãe Lena explica que é difícil mensurar em palavras. Ela também ressalta a necessidade de buscar conhecimento sobre a Umbanda.
"A importância dela para mim... Eu não encontro palavras que possam realmente identificar. Depois que a gente se encontra em uma religião, a gente passa a vivê-la, a ter a verdadeira religiosidade. Ter religião é fácil. Ter religiosidade, nem tanto. Na Umbanda, eu aprendi isso. Graças ao Pai, que eu chamo de Oxalá, eu agradeço à Umbanda tudo que tenho conseguido até aqui, principalmente na parte emocional e espiritual. Que todos possam conhecer a verdadeira Umbanda. Não a Umbanda como falam o que ela é. A Umbanda é paz, amor, caridade, sinceridade... A Umbanda é fé", concluiu a mãe de santo.