Allan Turnowski teve a prisão preventiva substituída por medidas cautelaresARQUIVO O DIA

Rio - O juiz Bruno Rulière, da 1ª Vara Criminal Especializada, aceitou uma denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) contra o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski, pelo crime de obstrução de justiça. A decisão foi publicada na última terça-feira (22). 
Turnowski é acusado de atrapalhar as investigações contra uma organização criminosa que cobrava propina de comerciantes da cidade de Petrópolis, na Região Serrana no Rio. O ex-delegado da Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon) Maurício Demétrio está preso acusado de ser o líder da quadrilha
Segundo o documento, Turnowski está proibido de exercer qualquer função pública de natureza política. Ele também não pode acessar ou frequentar qualquer local vinculado à Polícia Civil e não pode ter contato com qualquer autoridade que exerça um cargo de alta administração na instituição.
De acordo com a denúncia, há indícios de que Demétrio e Turnowski adotavam técnicas e rotinas cuidadosas para evitar o rastreamento de conversas de conteúdo sensível. Tais diálogos foram encontrados no celular de Maurício Demétrio. Contudo, o aparelho do ex-chefe da Civil nunca foi encontrado.
A decisão entende que Turnowski pode ter realizado medidas para ocultar as provas contra ele. O último sinal de seu celular, segundo o MPRJ, foi em uma área que abrange o condomínio de Allan na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. 
Segundo a defesa do ex-chefe da Polícia Civil, um recurso já foi apresentado em tribunais superiores pedindo a nulidade do processo. Turnowski deixou a prisão no dia 30 de setembro depois de ficar preso acusado de envolvimento com o jogo do bicho.
Relembre o caso envolvendo Demétrio
Maurício Demétrio está preso desde o dia 30 de junho, quando foi alvo da Operação Carta de Corso, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ). O delegado cumpre prisão preventiva na Penitenciária Bandeira Stampa, no Complexo de Gericinó, em Bangu.
Segundo o Ministério Público, o esquema ocorreu entre março de 2018 e março de 2021, quando Maurício Demétrio era o titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM). De acordo com o órgão, o delegado e outros policiais civis exigiam dos lojistas da Rua Teresa, em Petrópolis, o pagamento de propina de R$ 250 semanais e outras vantagens indevidas para permitir que continuassem a venda de roupas falsas. A Rua Teresa é conhecida pelo comércio popular na Região Serrana.
O grupo criminoso, segundo o MPRJ, era dividido em dois núcleos, sendo o principal responsável pela arrecadação dos recursos. Com esses recursos, o delegado manteria um padrão de vida incompatível com seu cargo e os recursos dessa posição.