Momento da chegada de Carlos Victor Carvalho à sede da PF em Campos dos GoytacazesReprodução

Rio - Foi preso, na manhã desta quinta-feira, o terceiro alvo da Operação Ulysses, deflagrada pela Polícia Federal, na segunda-feira, para prender três acusados de participação em atos golpistas em Brasília, no último dia 8, quando terroristas invadiram e depredaram o Palácio do Planalto e as sedes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Carlos Victor Carvalho, conhecido como CVC, foi capturado em uma pousada no município de Guaçuí, no Espírito Santo.

O preso foi levado para a delegacia da PF em Campos dos Goytacazes, que conduz as investigações. Carlos Victor Carvalho trabalhava como assessor parlamentar do deputado estadual Felippe Poubel (PL), na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Ele foi exonerado do cargo nesta quinta-feira. Carlos Carvalho tem mais de 50 mil seguidores em uma rede social, onde aparece em uma foto exibindo uma arma e com a blusa com a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Carlos Victor Carvalho, conhecido como CVC, é um dos alvos da Operação Ulysses - Reprodução / Redes sociais
Carlos Victor Carvalho, conhecido como CVC, é um dos alvos da Operação UlyssesReprodução / Redes sociais


Segundo nota divulgada pela assessoria de Poubel, a exoneração se deu após a prisão, "para que ele possa ter pleno direito à defesa nos trâmites do devido processo legal". Ainda de acordo com a nota, o deputado, que está em seu terceiro mandato na Alerj, afirma que sua oposição ao Governo Federal não o impede de repudiar atos ilegais contra o Estado Democrático de Direito.

Além de Carlos Victor Carvalho, também foram presos na operação, ainda na segunda-feira, Elizângela Cunha Pimentel Braga, de 48 anos, e o subtenente do Corpo de Bombeiros Roberto Henrique de Souza Júnior, 52 anos. Todos são suspeitos de terem participado do financiamento ou da organização dos atos golpistas do dia 8.

As investigações contra os suspeitos tiveram início para apurar os responsáveis pelo bloqueio de estradas que cortam o município de Campos dos Goytacazes, após o resultado do segundo-turno das eleições presidenciais, e pela organização das manifestações em frente aos quartéis do Exército na cidade com pedidos de intervenção militar no país.

Os três são acusados pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito e incitação das Forças Armadas contra os poderes institucionais, previstos no Código Penal brasileiro. Além dos mandados de prisão, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão.