Câmeras de segurança registram assalto no Shopping Village Mall reprodução
Com o cabelo por fazer, corri a escadaria do salão, que fica num subsolo e ele já estava fechado, assim como todas as lojas que há pouco minutos tinha visto abertas com clientes… O griteiro deu lugar a um silêncio ensurdecedor e apenas uma correria no andar de cima… Gente com a mão no peito e a boca aberta, ainda sem acreditar.
E todo mundo falava: “Não é possível, assalto aqui?!” Sim… O Rio de Janeiro é tão surreal, que os pequenos “oásis” com seguranças no entorno, dentro, uniformizados ou à paisana, não impediram a ação de criminosos covardes. Foram horas de apreensão, boatos, notícias de dentro e de fora que chegavam pelo celular, até a confirmação mais dolorosa de todas…
O que muitos, com um mau gosto danado diga-se de passagem, chamaria de “perrengue de rico”, virou a tragédia do pobre. Um corpo e o corpo de um trabalhador que reflete algo muito triste. “Ele amava um futebol, a família e os amigos. A vida e o trabalho. O trabalho ali dentro do shopping era de freelancer. Eles foram muito covardes, mataram o meu tio com um tiro no rosto! E até agora não tivemos uma resposta da polícia”, afirma Cristina Antunes dos Santos, sobrinha do Jorge Luiz Antunes, segurança do shopping.
Não… Para mim, que vou lá há anos, todos os seguranças eram bem pagos, bem treinados. Não só lamento a morte do Jorge, esse cara trabalhador, lá de Comendador Soares, na mão de vagabundo sem qualquer escrúpulos, mas também como a desigualdade social que a gente tanto briga pode estar do seu lado ou onde você está.
Jorge, um dia antes do ocorrido, mandou a seguinte mensagem para a família: “Deus está cuidando de tudo”. A gente espera que ele esteja sim. É surreal, violento, dilacerante.
Seu Paulo Severino, taxistareprodução
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