Rio - Com boca caída; olhos esbugalhados; coberto por uma ouraça constituída de três a quatro fileiras de escamas grossas, que lhe conferem a aparência e sensação tátil de uma lixa; de cor parda e manchas escuras pelo corpo, “ele é feinho que dói”, como dizem os pescadores. Mas é um dos peixes mais saborosos e tradicionais da culinária fluminense. Estamos falando do Cascudo,ou Caximbau, um peixe de água doce, servido o ano inteiro em todos os restaurantes especializados no Interior do Rio, sobretudo no Norte e Noroeste.
Nessas regiões, é encontrado principalmente no Rio Paraíba do Sul, seu principal habitat, e seus afluentes, tendo herdado inclusive o pomposo nome científico de Pogonopoma Parahybae. Apesar de estar na época de desova, quando sua pesca é vetada pela Secretaria Estadual de Agricultura — entre dezembro e fevereiro —, a procura pelo Cascudo, consumido em forma de moqueca ou frito, é tão grande que obriga os donos de restaurantes a estocar toneladas do pescado para servir aos clientes neste período.
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“Aqui, esse tipo de prato não pode faltar nunca. Nossa sobrevivência, aliás, depende dele”, justifica Francisco Rosmaninho, o Chicão, dono do Restaurante Cascudão, erguido em 1972 pela sua família em homenagem à espécie, às margens da BR-356, em Itaperuna. Lá são servidos 62 tipos de pratos diferentes de peixes, mas o carro-chefe da casa é o cascudo, que custa entre R$ 57,90 a porção frita “bem servida”, e R$ 59,90 a moqueca (com casca ou sem casca, com referência à carapaça) para duas pessoas.
Nos finais de semana, o estabelecimento costuma vender até 600 pratos nas duas versões. “A nossa moqueca com camarão é famosa, acompanhada de um molho de pimenta que só nós temos a receita”, propagandeia Chicão.
Delícia cai bem com chope ou vinho