Aldeia Velha, distrito rural de Silva JardimFoto: Divulgação de foto histórica

Silva Jardim - A arqueóloga curitibana, Patricia Depiné, conta que um dos motivos de ter vindo morar em Aldeia Velha, no município de Silva Jardim, há mais de 10 anos, foi a potencialidade da sua história. “A Aldeia de Ipuca, fundada no ano de 1700 pelo capuchinho italiano Francisco Maria de Todi, era próxima ao que conhecemos hoje como o centro de Aldeia Velha e teria sido o primeiro povoado fundado próximo ao Arraial de Barra de São João e que, por ser o maior da época, deu origem à colonização de toda a região”, explica Patrícia. Depois de anos de estudo sobre os viajantes e os mapas antigos, ela e a historiadora Tainá Miê se juntaram à jornalista e pedagoga Tadzia Maya para produzir uma comemoração anual, onde esta história pudesse ser enaltecida. Para Tadzia, a ideia é despertar mais pessoas para esta riqueza cultural: “Pensamos em nós, nos próprios moradores, podendo ter aceso a diversas fontes de conhecimento sobre a comunidade e também no turismo patrimonial, apresentando outro motivo para que mais turistas venham nos visitar”, aposta.
A programação descentralizada, que contempla diversos espaços do distrito, foi construída coletivamente e já demonstra o potencial da data comemorativa. Um painel de fotocerâmica da premiada artista local, Julia Botafogo, com fotos de personagens ilustres e paisagens antigas locais, será inaugurado com sorteio de placa de cerâmica para os presentes: “Tive a ideia do mural com fotos depois de visitar uma cidade em Portugal que homenageava seus moradores com suas fotos estampadas em cerâmica pelas ruas do bairro”, conta Júlia. O mural em Aldeia é uma edição especial do seu selo Arte Pública Cerâmica e a inauguração será uma oportunidade de conversar com a autora sobre o processo.
O produtor cultural, Maximiliano Egger, “nascido e criado na própria comunidade”, como gosta de frisar, vai contar causos regionais em um dos bares locais, reunindo pérolas do folclore local.
Não poderia faltar uma roda de conversa sobre a própria história de Aldeia, conduzida por Patrícia em sua loja, que faz as vezes de Ponto de Memória bem no centro da comunidade. Repleta de mapas antigos e informações valiosas, Patrícia vai focalizar um bate papo sobre as evidências históricas da importância da localidade.
Uma ecobiblioteca local vai servir suco de açaí da palmeira juçara, uma prima do famoso açaí amazônico, ameaçada de extinção devido à intensa derrubada para retirada de palmito. A degustação gratuita traz o tema do patrimônio natural para conversar com o patrimônio imaterial.
Os artistas Marlon Fernandes e Ruan Nascimento vão pintar o mapa do povoado em um muro bem no centrinho da comunidade ao longo de todo o sábado, interagindo e conversando com moradores e turistas.
À noite, a banda de musica regional e forró, Nó Cego, garante música ao vivo no centro.
O coletivo da feira de artesanato e produtos locais vai montar suas barracas no sábado e no domingo.
Por fim, no domingo, a partir das 13h, uma apresentação do palhaço Piter Crash ao ar livre e um bolo gigante de aniversário garantem a diversão dos pequenos.
O evento é realizado pela Feira d'Aldeia e pelo Ponto de Memória Ypuca, com apoio da Prefeitura de Silva Jardim.
Aldeia Velha já foi eleita como um dos 10 destinos bate e volta da capital do Rio pela Revista Veja. A comunidade conta com diversas pousadas e uma boa infraestrutura turística, a pouco mais de duas horas do centro do Rio.
Para mais informações sobre horários e locais exatos, acessar o Instagram Feira d’Aldeia
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