Volta Redonda - Cerca de 140 estudantes do Ensino Médio do Colégio Estadual Rio Grande do Norte, em Volta Redonda, participaram do Cine Diversidade. A atividade aconteceu durante dois dias, na semana passada. Os alunos assistiram ao filme Limiar, que mostra uma mãe que acompanha a transição de gênero de seu filho adolescente, narrando os conflitos, certezas e incertezas na busca de sua identidade.
A ação foi promovida pela Secretaria de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos (SMDH) de Volta Redonda, juntamente com a Fundação Cultural CSN e o Centro Cidadania do governo estadual. Segundo os organizadores, a intenção do evento é conscientizar e combater a LGBTFOBIA, que é a “aversão irreprimível, repugnância, medo, ódio, preconceito que algumas pessoas nutrem contra os homossexuais, lésbicas, bissexuais, transexuais e demais grupos LGBTI+, não respeitando as diferenças de vidas”.
A coordenadora do Centro Cultural da FCSN, Giane de Carvalho, falou sobre as metas e o teor do filme e agradeceu a presença de todos.
“Somente vamos mudar a realidade da violência através da educação. Este filme, que recebeu vários prêmios, mostra os dois lados. Um jovem passando por uma transição e também o lado da família, num ambiente de respeito e crescimento. O objetivo é educacional e cultivar uma cultura da paz contra a violência e o preconceito”, falou a coordenadora.
Giane de Carvalho, ainda comentou sobre a parceria para a realização dos projetos.
“Essa parceria com a Secretaria da Mulher e Direitos Humanos, com a prefeitura, vem fortalecer o nosso trabalho pelos direitos humanos em ações cada vez maiores. Em junho, teremos uma segunda edição da ação cultural, tratando a questão LGBTQ+, que é uma forma de chegar aos coletivos, aos artistas. As parcerias vêm agregar os trabalhos que a Fundação vem realizando junto com os parceiros nesses projetos”, ressaltou.
Uma roda de conversa foi realizada entre debatedores e alunos após a exibição do filme que aconteceu no auditório do Centro Cultural, na Vila Santa Cecília. Participaram do debate: a consultora voluntária dos grupos LGBTI+, Ester Halfeld; o jovem Felipe Daniel; o professor de Sociologia, Rodolfo Moraes; a assessora da SMDH, Regina Pereira; e a universitária em Psicologia da UFF (Universidade Federal Fluminense), Julia Garcia.
Segundo a assessora da Divisão para a Promoção da Diversidade de Gênero – do Departamento de Direitos Humanos da SMDH, Regina Célia Pereira, o Cine Diversidade, que teve início no mês de março deste ano, vai até dezembro em escolas de Ensino Médio da cidade e no Centro Cultural da Fundação CSN. A secretaria fica responsável pela a indicação e o convite aos participantes.
O projeto Cine Diversidade tem a proposta de exibir filmes e documentários com conteúdos relacionados à temática da diversidade étnico racial, de gêneros e sexualidade e em seguida ocorre uma Roda de Conversa. A atividade tem como público, profissionais de educação e estudantes do Ensino Médio das escolas públicas e privadas.
“As discriminações de gênero, étnico- racial e por orientação sexual, como também a violência homofóbica, são produzidas e reproduzidas em todos os espaços da vida social brasileira, inclusive nas escolas. O Brasil tem conquistado importantes resultados na ampliação do acesso e no exercício dos direitos por parte dos seus cidadãos. No entanto, há ainda imensos desafios a vencer, como o respeito e a valorização da diversidade. Não bastarão leis se não houver a transformação de mentalidades e práticas, daí o papel estruturante que adquirem as ações que promovem a discussão desses temas, motivem a reflexão individual e coletiva. Isto contribui para a eliminação de qualquer tratamento preconceituoso”, declarou Regina Pereira.
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