Jhonatan Longhi vai representar o Brasil nos Jogos de Inverno contra russos suspeitos de doping - Divulgação
Jhonatan Longhi vai representar o Brasil nos Jogos de Inverno contra russos suspeitos de dopingDivulgação
Por AFP

A oito dias do início dos Jogos de Inverno de Pyoengchang, o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) desautorizou o COI, anulando totalmente a punição de 28 dos 43 atletas banidos do esporte por terem se beneficiado do sistema de doping de Estado nos Jogos de Sochi-2014.

Com a decisão, alguns deles poderão participar, sob condições dos Jogos de Inverno na Coreia do Sul.

O TAS considerou que as provas são "insuficientes" a respeito dos atletas, suspeitos de aproveitar um sistema de doping de Estado, que provocou a suspensão da Rússia dos Jogos de Inverno de 2018.

O organismo da justiça, ao anular totalmente as sanções dos 28 atletas, restabeleceu os seus resultados em Sochi.

Para 11 dos 43 afetados, o TAS retirou a pena de banimento, mas os proibiu de disputar os próximos Jogos de Inverno.

A apelação de três atletas ainda será examinada, enquanto um dos acusados não recorreu ao TAS.

"Estamos muito felizes por nossos atletas", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, antes de destacar que Moscou vai "continuar" apoiando seus atletas nos tribunais.

Entre os 28 absolvidos está o fundista Alexander Legkov, de 34 anos, que foi campeão olímpico na prova dos 50 km nos Jogos de Sochi-2014 e conquistou a prata no revezamento 4X10 km.

"Em tese, alguns dos 28 atletas podem aspirar a uma participação nos Jogos de Pyeongchang. Sua participação deverá ser submetida com antecedência ao COI", afirmou uma fonte do TAS.

Mas o COI reagiu com a advertência de que a anulação não significa um passaporte para as Olimpíadas de Inverno na Coreia do Sukl.

"Não ser punido não confere automaticamente o privilégio de um convite aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang" (9-25 de fevereiro), afirmou o COI em um comunicado.

O homem que denunciou o sistema de doping institucionalizado russo, Grigory Rochenkov, criticou o TAS.

"A decisão do TAS estimula os trapaceiros, torna mais difícil a vitória dos limpos e dá um triunfo indevido a um sistema antidoping russo corrupto em seu conjunto e a (Vladimir) Putin em particular", afirmou Jim Walden, advogado americano de Rochenkov, que após a denúncia buscou refúgio nos Estados Unidos.

Mas para o vice-premier russo e ministro dos Esportes, Vitali Mutko, as acusações de doping de Estado feitas pela Agência Mundial Antidoping (AMA) "foram simplesmente desmentidas" pelo veredicto do TAS.

"Podemos dizer que não houve nenhum sistema, nenhuma manipulação durante os Jogos Olímpicos de Sochi", conclui.

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