Prefeito Rafael Diniz não vai mais esperar por hospital de campanha de Witzel
Com interminável vai e vem de promessas de governador investigado, prefeitura busca ampliar leitos de unidades públicas e privadas municipais
Por Leonardo Maia
Campos — Os hospitais de campanha do estado, prometidos pelo governador Wilson Witzel como solução para o combate à pandemia do coronavírus, se tornaram um estorvo para prefeituras de várias cidades fluminenses. Ao ponto de o prefeito de Campos, Rafael Diniz, nem querer mais tocar no assunto, e buscar caminhos próprios para lidar com a demanda crescente por leitos no maior município do estado e centro regional que absorve pacientes de várias cidades vizinhas.
Diniz nem pensa mais em “esperar o desenrolar dessa lamentável situação”, como respondeu, por nota, a assessoria de comunicação da prefeitura à solicitação da reportagem por um posicionamento do prefeito, antes mesmo da decisão de Witzel de retomar para o estado o controle dos hospitais provisórios. A promessa — mais uma vez — é de que agora eles sejam de fato finalizados.
Anteriormente, no início da tarde, o governador se reuniu com empresários e com representantes da Iabas para tentar transferir a gestão dos empreendimentos para a iniciativa privada. Mas isso não seria viável antes de um prazo de 30 dias, tempo em que as pessoas continuam a adoecer e precisar de leitos e respiradores.
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Diniz nem sequer foi informado da reunião e reforçou, na mesma nota, que mantém a intenção de expandir a capacidade de atendimento das unidades que já atendem o município, sem aguardar pelo desenrolar do impasse. Recentemente, e já diante dos seguidos atrasos na entrega do hospital de campanha, a prefeitura ampliou de 19 para 29 os leitos de UTI, e de 40 para 60 os de clínica médica, do Centro de Controle e Combate ao Coronavírus (CCC), núcleo de referência implementado no início da pandemia. O objetivo é promover nova expansão.
A Secretaria Municipal de Saúde disse ter encaminhado ao governo estadual um levantamento com a possibilidade de aumento de número de leitos em hospitais públicos e 'contratualizados' (filantrópicos), como forma alternativa à conclusão do hospital de campanha.
Desde que Witzel anunciou a construção de sete dessas unidades — apenas uma foi entregue parcialmente, a do Maracanã —, a prefeitura enfrentou dificuldades no trato com a gestão Witzel. Inicialmente, foi solicitado à prefeitura campista a indicação de locais para o empreendimento. Diniz sugeriu, entre outros terrenos, o sambódromo da cidade e o amplo espaço dentro do campus da Uenf (instituição estadual), que não ensejariam gastos com aluguéis, por exemplo.
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De acordo com o estado, a Iabas recusou todos e optou por um terreno particular em local de grande movimentação na região central da cidade. O que também levou à oposição de moradores vizinhos, que temem o grande afluxo de pessoas portadores da covid-19. Diante da insistência do governo Witzel e da OS em não aceitar as indicações ou o apoio local da prefeitura, e centralizar tudo o que se referia ao hospital, Diniz se afastou da questão.