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Fernando Mansur
Descobri entrevistas com Egberto Gismonti no You Tube e estou me deliciando.
Egberto é um músico extraordinária e parece uma pessoa cativante.
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Ainda não tive o prazer de entrevistá-lo. É inteligente, bem humorado, grande contador de casos e sabe deixar o/a entrevistador/a à vontade. Ele valoriza seu interlocutor, chama-o pelo nome e olha nos olhos.
Uma simples pergunta pode dar margens a passeios por grandes sertões e veredas, por Villas de Rosas e Guimarães, de Barros, de Carlos e Mários de Andrade, Sapaim, Camilo Amim e Ruth, Barraqué, Boulanger e Laforêt. Anarriê. Tudo como em uma grande família.
É claro que quem não pode faltar é o tio Edgar, lá do Carmo, cidade onde Egberto nasceu e que o projetou para o planeta, com um baú de boas recordações.
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Dá gosto de ouvir suas histórias e canções, e os relatos de suas voltas por esse mundão de Deus, aprendendo sempre, desafiando-se e contradizendo-se sempre.
Gismonti é um grande dicionário de música “tocada por meios não mecânicos”, em gravação de dois canais, num ambiente farto de exuberantes tecnologias.
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Mas o que me levou a escrever este artigo foi o que ele disse brevemente sobre seu estudo das massas sonoras atuais. Cada época tem sua sonoridade, sua frequência predominante, e cabe ao músico ser contemporâneo da essência de seu tempo, captando o eterno que existe em sua aldeia e tornando-a universal.
Do encontro improvável de um libanês com uma italiana nasceu Egberto, provando, antes mesmo da canção de Milton e Caetano, que toda maneira de amar vale a pena.