A multipropriedade permite que o imóvel tenha mais de um dono e cada um tem direito de usufruir o bem por um tempo determinado ao longo do anoFreepik
"Os números são muito positivos e a criação de destinos de férias pela modalidade também chama a atenção. Isso porque locais improváveis começam a se destacar como a cidade de Olímpia, no interior de São Paulo. Nenhum outro segmento imobiliário turístico teve esse desempenho. Hoje, temos 20 estados brasileiros recebendo a multipropriedade, sem contar a geração de empregos e renda que vem a reboque das novas operações. Vale lembrar que esta modalidade se destacou ainda mais nos últimos dois anos", analisa Caio Calfat, presidente da Adit Brasil (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil) e vice-presidente do Secovi-SP.
Segundo Calfat, o modelo foi regulamentado no país com a Lei federal 13.777/18 e foi fundamental para que o segmento crescesse de forma mais robusta. “Cada proprietário pode adquirir quantas cotas quiser limitado a 52, que é o número máximo de proprietários. Entre as vantagens estão a aquisição da propriedade que é mais em conta por ser por cotas e a manutenção do imóvel também. Quem opta por este modelo de compra de segunda habitação pode usufruir uma vez por ano, colocar para alugar ou vender a cota para ter lucro imobiliário. Neste último caso, não vai precisar consultar os outros cotistas para fazer o negócio", explica Calfat. Ele ressalta que a operação é registrada em cartório de imóveis como acontece na aquisição tradicional. A modalidade também contribui para que o empreendimento seja ocupado praticamente o ano inteiro. Calfat acrescenta ainda que o Secovi-SP conta com o manual de Melhores Práticas para Multipropriedades Turísticas.
“A multipropriedade veio para dar oportunidade, principalmente à classe média brasileira, de realizar o sonho de possuir um imóvel de férias, de lazer”, resume o advogado Diego Amaral, presidente da Comissão de Direito Imobiliário e Urbanístico da OAB de Goiás e sócio do escritório Dias & Amaral Advogados. Ele não duvida que este é um grande negócio para todos os envolvidos.
De acordo com Amaral, um empreendimento multipropriedade costuma abrigar entre 26 e 52 cotas. "A escritura da cota descreve o valor do imóvel, suas características e período de uso", orienta Amaral. Ele lembra que cada proprietário terá a oportunidade de usar o imóvel por até quatro semanas ao ano, período máximo em que a maioria das pessoas costuma usar seus imóveis em destinos turísticos. “Normalmente as pessoas pagam pela manutenção de um imóvel durante 12 meses para utilizá-lo por um mês ou menos", ressalta Amaral. O advogado lembra ainda que a multipropriedade também é extremamente interessante para o investidor estrangeiro que pretende fazer visitas ao Brasil uma ou duas vezes ao ano.
Opções de propriedades compartilhadas de Norte a Sul do país
Também de origem internacional, a Wyndham Hotels & Resorts, atua ativamente nesse mercado no Brasil e já é a primeira empresa internacional a administrar um empreendimento de multipropriedade no país. No ano passado, a companhia firmou seis novos contratos para projetos nessa área, localizados em Natal (RN), Bento Gonçalves (RS), Campos do Jordão (SP), Foz do Iguaçu (PR) e Penha (SC).
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