O consórcio de imóveis continua se destacando como um dos aliados na compra da casa própria, principalmente, em tempo de Selic (taxa básica de juros) em alta, hoje em 13,25%. Isso porque a modalidade não cobra juros apenas correção anual das parcelas e do saldo para manter o poder de compra dos consorciados. Há a cobrança da taxa de administração, fundo de reserva e seguro. Já a contemplação acontece por meio de sorteio ou lance para quem tem pressa em adquirir o bem. O modelo também permite o uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) desde que o adquirente siga as regras do fundo, como não ter imóvel próprio e nem financiamento habitacional.
Pesquisa da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios) com as empresas que atuam no mercado imobiliário apontou comprometimento do consumidor que, com planejamento, tem utilizado a modalidade na formação ou ampliação patrimonial. O levantamento mostrou que, nos últimos meses, ao ter a casa própria como maior sonho, 52,6% das contemplações foram de residenciais urbanos. Na sequência, 9,2% investiram em casas de veraneio – praia ou campo; 8,3% em terrenos; 7,6% em construção ou reforma; 5,1% nos imóveis comerciais; 3,9% na construção, a partir da planta; e 13,3% em outros tipos de patrimônios imobiliários.
A maior parte dos consorciados é de pessoas físicas, com 77,4%, e faixa etária predominante entre 31 e 45 anos com 51,5%. Em segundo lugar aparece os acima de 46 anos com 33,6%. Já o grupo variando de 18 a 30 anos detém 14,9% de participação. O total de participantes contou ainda com 22,6% de pessoas jurídicas. Os créditos variam de R$ 20,08 mil a R$ 1,25 milhão e o tíquete médio do setor atingiu R$ 198,63 mil.
Cotas para empreendedores
De acordo com Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac, o brasileiro tem se conscientizado sobre a importância da administração de suas finanças pessoais e o consórcio, como mecanismo de poupança programada, tornou-se grande aliado do consumidor. A modalidade possibilita também que empreendedores – empresários do comércio, indústria e prestação de serviços – e profissionais liberais concretizem objetivos ao investir, por exemplo, em salas, conjuntos comerciais e escritórios para coworking, consultórios, ou ainda galpões, áreas industriais, lojas, glebas e fazendas. “Paralelamente, notou-se que, entre os investidores patrimoniais, há os que participam do consórcio de imóveis para obter, no futuro, rendimento extra como forma de melhorar e complementar a aposentadoria", observa Rossi. Ele ressalta que trata-se de rendimento resultante da locação de unidades adquiridas pela modalidade, a partir do planejamento, para tranquilidade e segurança na terceira idade. "Podemos citar também aqueles consumidores que se preocupam com a segurança e o bem-estar dos filhos, investindo na formação de um patrimônio futuro para eles", complementa Rossi.
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