Acordo feito pela bancada da bala na reforma não atende aos policiais, diz categoria
Parlamentares decidiram pela diminuição da idade mínima de aposentadoria de agentes de Segurança Pública, mas as carreiras pedem, na verdade, outra coisa
Por PALOMA SAVEDRA
Os policiais federais, rodoviários federais e legislativos não estão satisfeitos com o acordo feito pela bancada da bala com líderes partidários para abrandar regras de aposentadoria das carreiras. Os parlamentares decidiram apresentar destaque para diminuir a idade mínima exigida para os agentes irem para a inatividade. Mas as categorias pedem, na verdade, outra coisa: uma regra de transição mais suave.
O acordo que os deputados da bancada da Segurança Pública construíram determina que, para os agentes que já estão na carreira, a idade mínima de aposentadoria será 53 anos (homens) e 52 anos (mulheres). E na regra de transição fica mantido um pedágio de 100%.
Mas, segundo o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Edvandir Paivas, os parlamentares e o governo não estão olhando para os policiais, já que o destaque que será apresentado não garante o que pediram.
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"Esse acordo não nos atendeu. O que nós queremos é uma regra de transição diferente, pois essa daí não funciona. Temos pessoas a um ano para a aposentadoria e acabarão tendo que trabalhar cinco ou seis anos a mais. E era esse ponto que gostaríamos de resolver. Os próprios deputados fizeram acordo entre eles e não nos ouviram", declarou Paiva.
Para o presidente da entidade, os parlamentares que representam os agentes de Segurança Pública "falharam". "Se havia alguém que poderia nos defender era a bancada da bala, que tem muitos deputados do PSL. Mas eles e o governo nos deixaram na mão. Continuamos com esse sentimento", reclamou.
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Paiva explicou que, a princípio, os policiais pediam o mesmo pedágio que o que está sendo proposto aos policiais militares: e 17% sobre o tempo que falta para se aposentar. Mas diante da dificuldade de isso acontecer, tentaram negociar um pedágio de 50% até.
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"Tentamos reduzir, pelo menos, para 50% essa regra de transição, mas não mudaram. E esse não é o tratamento que esperávamos", afirmou Paiva.