Audiência pública reuniu governo, Legislativo e servidores
Audiência pública reuniu governo, Legislativo e servidoresDivulgação/CMRJ
Por PALOMA SAVEDRA
A reforma previdenciária proposta pelo governo Paes já divide opiniões no Legislativo. Ainda que esse cenário estivesse sendo desenhado, ficou ainda mais evidente com a audiência pública realizada ontem pela Comissão de Administração e Assuntos Ligados ao Servidor da Câmara.
O texto aumenta o desconto dos servidores de 11% para 14% e a contribuição patronal de 22% para 28%, entre outros itens para a capitalização do Funprevi, que tem déficit atuarial calculado em R$ 38 bilhões.
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Alguns vereadores se posicionaram contra a proposta. Entre eles, Lindbergh Farias (PT), que também criticou as medidas de austeridade impostas por leis federais; integrantes da bancada do Psol; Reimont (PT) e Jones Moura (PSD).
"Sou contra os 14%. Os servidores estão com salários congelados e não é o momento para se discutir essa proposta”, disse Moura.
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Já Pedro Duarte (Novo) defendeu a aplicação das novas regras e contestou o déficit financeiro deste ano: segundo ele, não é de R$ 1 bilhão, mas de R$ 3,41 bilhões. Ele levou em consideração os R$ 347 milhões de royalties e mais o aporte feito pelo Tesouro com a contribuição suplementar - que vai gerar desembolso de R$ 2,1 bilhões esse ano.
Para a vereadora Teresa Bergher (Cidadania), o tema precisa ser encarado de forma técnica e não no campo político: “Infelizmente, não podemos tapar o sol com a peneira. O rombo no Funprevi não começou ontem, é resultado de muitos anos de péssimas gestões".
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"Agora, não há outra saída, senão a reforma, que já devia ter sido feita, e não pode mais ser empurrada com a barriga. A decisão aqui não pode ser política. Nós, vereadores, temos que botar o pé na realidade", concluiu a parlamentar.