Por PALOMA SAVEDRA
O relator da reforma administrativa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal, deputado Darci de Matos (PSD-SC), modificou seu parecer e acatou sugestões feitas pelo funcionalismo e integrantes da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público (Servir Brasil).
Matos apresentou ontem a nova versão,
confirmando o que já havia sinalizado em abril: ele retirou do texto os novos princípios da administração pública sugeridos pelo governo — inovação, boa governança, unidade, eficiência e subsidiariedade — e os 'superpoderes' do chefe do Poder Executivo. O parecer deve ser votado pelo colegiado na próxima terça-feira.
CONGRESSO CONTRA SUPERPODERES
A retirada do dispositivo que garantia o poder ao presidente e a governadores e prefeitos de extinguir autarquias e fundações por decreto atendeu a um anseio do Parlamento e não somente de um bloco. Desde que a PEC chegou ao Congresso essa possibilidade já vinha sendo criticada.
Para o presidente da Frente Servir Brasil, deputado Israel Batista (PV-DF), as mudanças no texto são cruciais. "Ele (relator) deu voz à razão e entendeu que o acréscimo desses princípios tornaria o país ingovernável. A Constituição ficaria inutilizada porque teríamos um apagão de caneta mais grave do que já temos hoje. Imagina alguém sendo processado por romper o princípio da inovação, que é extremamente subjetivo".