Aposentada Therezinha Dilamar, 61 anos, desapareceu na madrugada da última sexta-feira após sair de casa com duas bolsas, em Campo Grande, na Zona Oeste
Aposentada Therezinha Dilamar, 61 anos, desapareceu na madrugada da última sexta-feira após sair de casa com duas bolsas, em Campo Grande, na Zona Oeste Arquivo Pessoal
Por Charles Rodrigues
Familiares, vizinhos e amigos realizam buscas em hospitais, clínicas, abrigos e vias públicas da Zona Oeste do Rio para encontrar a aposentada Therezinha Dilamar Doro, de 61 anos. A idosa desapareceu após sair de casa, por volta das 5h, da última sexta-feira, levando duas bolsas.
A aposentada foi diagnosticada com transtorno psiquiátrico e familiares temem que a ela possa ter sofrido um surto psicótico ou algum tipo de violência. Câmeras de residências captaram imagens da idosa saindo de casa, ainda escuro, na localidade São João, em Campo Grande.
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Aparentemente, imagens de diversas câmeras mostraram a idosa caminhando, normalmente, sem apresentar vestígios de ter sido abordada ou problemas de saúde. Therezinha não foi mais vista quando se aproximou do centro comercial da região.
Segundo familiares, a aposentada havia deixado de tomar os remédios controlados, há 6 meses, e piorado o estado de saúde, sobretudo, durante a pandemia. Nos últimos dias, parentes disseram que a idosa vinha apresentando quadro de depressão.
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“Quando o filho soube que ela não estava tomando os remédios, a levou ao médico, que regularizou as dosagens. Contudo, o quadro parecia ter piorado. Ela sempre alegava estar sendo perseguida ou ter tido o telefone ‘rackeado’. Acreditamos que a saída de casa tenha sido motivada por isso. Estamos abalados, pois ela é uma idosa e pode ter sofrido algum tipo de violência ou vítima de um surto”, disse a esteticista Thuany Andrade, de 27 anos, nora da idosa.
Investigações- O caso foi registrado na 35ª DP (Campos Grande) e encaminhado à Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), que está responsável pelas investigações. Informações sobre a aposentada podem ser repassadas para os telefones 190 (PM), 2202-0338 (DDPA) ou 2253-1177 (Disque-Denúncia), todos com garantia de total sigilo.

Sumiços de pessoas, entre 36 e 65 anos, correspondem a 22,5% dos casos, segundo MPRJ
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Em janeiro de 2021, foram registrados 383 desaparecimentos de pessoas, no Estado do Rio de Janeiro, conforme dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). De acordo com o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, os desaparecimentos de pessoas, com faixa etária entre 36 e 65 anos, correspondem a cerca de 22,5% do total de casos registrados em sua pesquisa. No caso específico de idosos, os sumiços recorrentes estão relacionados, na sua maioria, a problemas de saúde.


Documentos, objetos com identificação e especificação de doenças são fundamentais na prevenção
Para prevenir os sumiços de idosos, especialistas orientam o porte de documentos e a identificação com contatos inscritos em objetos como pulseiras e cordões. Em casos de problemas de saúde, sobretudo com diagnósticos de Alzheimer e demência senil, o ideal é constar também especificações das doenças, tipos sanguíneos e medicamentos usados no tratamento.
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“Os sumiços de idosos têm sido recorrentes e precisamos orientar e conscientizar a sociedade, pois, devido ao aumento da expectativa de vida, nossa população envelhecerá a cada ano. Portanto, também temos que desenvolver políticas públicas de prevenção. Orientamos às famílias de idosos para o uso de documentos, objetos de identificação e especificação de doenças e/ou outras deficiências. São ações simples que farão diferença no momento das buscas”, explica Jovita Belfort, atual superintendente de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimentos de Pessoas e Ampliação do Acesso à Documentação Básica da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.