Thayná Fernando, de 22 anos, foi localizada pela família, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, após ficar 5 dias desaparecida
Thayná Fernando, de 22 anos, foi localizada pela família, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, após ficar 5 dias desaparecida Arquivo Pessoal
Por Charles Rodrigues
Desaparecida há 5 dias, a jovem Thayná Fernada da Silva, de 22 anos, foi localizada por familiares, na manhã desta terça-feira, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Moradora da Penha Circular, Thayná estava sumida, desde a manhã da última sexta-feira, após sair de casa para ir a um posto de saúde, em Brás de Pina, no bairro vizinho.
A demora no retorno e a falta de contato, mobilizaram familiares e amigos nas buscas à jovem, que teria ido à unidade de saúde para retirar medicamentos controlados. Thayná teria sofrido um surto psicótico ao embarcar em um ônibus e acabou se perdendo. Em relato a familiares, a jovem disse que foi parar em uma comunidade na Maré, onde foi amparada e abrigada por uma família.
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“Ela disse que entrou em crise de pânico. Mas, graças a Deus, foi amparada por pessoas do bem. Eles cuidaram dela. Ao verem as postagens nas redes sociais e a cobertura da mídia, fizeram contato com a família. O mais importante é tê-la de volta. Agora, vamos cuidar dela e prevenir para que isso não volte a ocorrer. Agradecemos à equipe do DIA Online e todos que nos ajudaram”, disse a tia da jovem, a orientadora social Jaquerlândia Nascimento, de 29 anos.
Investigações- A ocorrência foi registrada na 38ª DP (Brás de Pina), que investiga as circunstâncias do desaparecimento. A polícia ouvirá testemunhas e familiares para finalizar o caso.
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Pandemia e abalos emocionais podem acelerar aumento de desaparecimentos 
No Estado do Rio de Janeiro, nos primeiros quatro meses de 2021, foram registrados 1.281desaparecimentos, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). Segundo especialistas, durante a pandemia, podem aumentar os casos de desaparecimentos espontâneos ou voluntários, que são motivados, em sua maioria, por transtornos psicológicos ou conflitos familiares.
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“ Segundo dados divulgados pela Fiocruz, entre um terço à metade da população pode vir a sofrer algum tipo de transtorno psicológico durante a pandemia, se não houver acesso a cuidados específicos. Ansiedade, depressão, aumento do uso de álcool e outras drogas, pensamento suicida, angústia relacionada à instabilidade de emprego, violência doméstica, aumento de conflitos provocados pela convivência forçada com familiares, traumas e luto não elaborado, fazem parte de um triste cenário de desequilíbrio mental provocado pelo impacto da pandemia na sociedade brasileira”, ressalta a psicóloga Alessandra Alves Soares.
‘Busca de ajuda profissional é fundamental’
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Para a psicóloga, essas consequências podem afetar até mesmo quem não tem histórico de transtornos psicológicos. Segundo Soares, parte dessas sensações são reações normais frente ao que estamos vivendo. Nem todos esses problemas psicológicos evoluem para o que classificamos como doença mental.
“Essa diferença, entretanto, não altera o grau de importância e a necessidade de uma atenção a qualquer sinal de alteração de comportamento. Buscar ajuda profissional é fundamental. Ressalto a importância do SUS como ferramenta para promover medidas preventivas e mitigar os efeitos negativos e sequelas psicológicas desta crise sanitária que estamos vivenciando”, explica a psicóloga.