Após cinco dias desaparecidas, Letícia e Lauane foram localizadas pela família em Nova Iguaçu, na Baixada FluminenseArquivo Pessoal

Por Charles Rodrigues
Após 5 dias de buscas e agonia das famílias, o caso das duas meninas desaparecidas na Baixada Fluminense termina com final feliz. No fim da noite de quarta-feira, a adolescente Lauane kristine Tiago, de 14 anos, foi localizada e, com auxílio de uma tia, retornou para casa.
No dia anterior, a amiga Letícia Lima da Silva, 12 anos, já havia sido localizada, em um dos acessos a uma comunidade, próximo ao bairro Nova América, em Nova Iguaçu, onde as duas adolescentes residem. Tanto Lauane quanto Letícia estão bem e, conforme familiares, não foram vítimas de violência.
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As duas meninas desapareceram, na noite do último sábado, após saírem de casa para fazer um lanche, no bairro vizinho Miguel Couto. As circunstâncias do sumiço estão sendo apuradas pelas autoridades policiais, com amparo do Conselho Tutelar.
As possibilidades de fuga, motivada por um suposto conflito familiar, ou de as meninas terem sido aliciadas por estranhos não foram descartadas. De acordo com as famílias, no entanto, Lauane e Letícia nunca haviam saído de casa sem autorização ou apresentaram mudanças de comportamentos. Eles negaram a hipótese de conflitos.
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“Não houve conflitos. Acreditamos que foi uma aventura, mas, que poderia ter acabado mal. Estamos num mundo violento e, duas meninas, sem experiência, andando pelas ruas, sem os responsáveis, correm riscos. Mas, Graças a Deus, tudo acabou bem. Agora, vamos conversar e colocar as coisas nos eixos, para que não se repita”, disse a repositora de supermercado Adriana Lima da Silva, de 39 anos, mãe da Letícia.
O caso estava sendo investigado pela Divisão de Descobertas de Paradeiros (DDP), na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que, ouvirá familiares e as adolescentes.
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Casos de desaparecimentos de adolescentes têm maior número de registros, segundo Ministério Público
De acordo com dados do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o desaparecimentos de adolescentes, entre 12 a 17 anos, correspondem a cerca de 29% dos casos registrados, sendo o maior índice relativo no universo da pesquisa, que abrange cerca de 27 mil casos relatados. Em janeiro deste ano, foram registrados 383 desaparecidos no Estado do Rio de janeiro, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP).
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Adolescência: inexperiência e aliciamentos pelas redes sociais elevam os riscos das ‘aventuras’, dizem especialistas
Aventuras envolvendo adolescentes são comuns, contudo, a inexperiência faz elevar os iminentes riscos, sobretudo, quando são aliciados, por estranhos, em redes sociais.
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Portanto, o imaginário coletivo da aventura bem sucedida e o ‘prazer’ momentâneo pela ausência da ‘lei’, representada pelos pais, colocam os adolescentes em um limbo, entre o lazer e a tragédia, conforme explicam os especialistas.
“Quando o imaginário ganha forma, os adolescentes não medem as consequências e preferem a aventura. Nesses casos, os pais devem ficar sob alerta, sobretudo, quando os filhos ficam muito tempo na Internet ou introspectivos. O diálogo sempre é a melhor forma de prevenção para essas aventuras e desaparecimentos”, alerta Luiz Henrique Oliveira, gerente do Programa SOS Crianças Desaparecidas, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA).
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‘É preciso estar atento a esses sinais'
Para a psicóloga Alessandra Alves Soares, a adolescência é uma fase de transição, novas descobertas, mudanças físicas e emocionais, que precisa de acompanhamento e diálogo.
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“Talvez seja mais difícil para os pais lidarem com essa fase que o próprio adolescente. É um período em que o convite para desfazer velhos conceitos e rever posturas seja bastante contundente. Nem toda família está preparada para isso. Manter o canal de diálogo aberto, a escuta apurada são caminhos interessantes para evitar o distanciamento e a ruptura da relação. O adolescente sempre emite sinal quando algum incômodo está ocorrendo. É preciso estar atento a esses sinais”, explica a psicóloga, que orienta pais e responsáveis a procurarem apoio às instituições públicas e particulares que ofereçam auxílios psicossociais.