Capa do livro 'Sal60: uma revolução em vermelho, branco e negro'Foto: Divulgação

Por O Dia
O Salgueiro está lançando, em parceria com a multiplataforma Carnavalize, o catálogo da exposição virtual 'Sal60: uma revolução em vermelho, branco e negro'. O projeto celebra os 60 anos do período conhecido como Revolução Salgueirense, que marcou para sempre a história da cultura carioca e da arte brasileira.
O período da Revolução Salgueirense promoveu uma série de mudanças artísticas no carnaval, com enredos de temática negra e uma nova estética, em contato com vários movimentos artísticos e culturais para além dos desfiles. Após realizar um enredo sobre Debret em 1959, o carnaval de 1960 do Salgueiro foi um marco definitivo. Na ocasião, junto com Arlindo Rodrigues e Newton Sá, Fernando Pamplona assinou 'Quilombo dos Palmares', garantindo o primeiro título da história da Academia do Samba. Estendido até 1971, o período contou com desfiles que mudariam para sempre os desfiles das escolas de samba.
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Reunindo textos de mais de 20 pesquisadores, os quatro capítulos são divididos em três partes diferentes. Primeiro, são apresentados crônicas dos desfiles apresentados pelo Salgueiro no período, com um rico relato sobre os bastidores de cada apresentação. Depois, são exaltados personagens de cada apresentação, biografando nomes como Arlindo Rodrigues, Isabel Valença, Paula do Salgueiro, Nelson de Andrade, Djalma Sabiá e Mercedes Baptista.
Fechando cada capítulo, estão as intituladas 'Reflexões', que convidam nomes como Luiz Antonio Simas, Helena Theodoro, Fábio Fabato, Leonardo Bruno, Mauro Cordeiro e outros autores para repensar diversos aspectos dos desfiles, além de atualizar e lançar um olhar contemporâneo para os personagens abordados nos enredos do período, como Zumbi, Xica da Silva e Chico Rei.
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Todo esse material vasto de pesquisa e texto é ricamente ilustrado com a obra de mais de 60 artistas convidados. São pinturas e fotografias de artistas como Adriana Varejão e Ayrson Heráclito que se juntam a croquis e fantasias de Rosa Magalhães e Leandro Vieira para pensar os enredos abordados pelo Salgueiro. A seleção de nomes mistura ainda artistas como Dalton Paula, Mulambö, Cibelle Arcanjo, Jefferson Medeiros e Mônica Ventura a artistas do universo do carnaval, como Jorge Silveira, Alex de Souza, Mauro Quintaes, Leonardo Bora e Gabriel Haddad.
Segundo o curador do projeto, Leonardo Antan, a reunião de um time tão diverso e amplo de pesquisadores e artistas mostra a importância do período. “A Revolução Salgueirense é um capítulo fundamental da História da Arte e da cultura brasileira do século XX, pois ela junta artistas de universos diferentes em único objetivo. De nomes das Belas Artes a sambistas e dançarinos, todos tiveram papel fundamental para transformar as escolas de samba num grande espetáculo da cidade durante o carnaval. É por isso que o Salgueiro foi de fato revolucionário”, resume o curador.