Kauã Viana, 18 anos, vende quentinha próximo a um dos portões do Rock in Rio e gostaria de ver o show do Justin BieberFoto: Pedro Medeiros

Rio - Tão perto e, ao mesmo tempo, tão longe. Essa é a realidade de alguns moradores que vivem no entorno ou bem próximos da Cidade do Rock, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Vendendo quentinhas ou bebida gelada, trabalhadores vivem o sonho de conhecer o festival, mas encaram a realidade salgada dos ingressos.
Kauã Viana, de 18 anos, morador do Parque Carioca, fica estrategicamente instalado próximo a uma das entradas do Rock in Rio. Com uma espécie de mochila levando cerca de 20 quentinhas (que varia de R$ 15 a R$ 25), ele diz ver gente que aparenta ser da sua idade entrando na Cidade do Rock e confessa também ter vontade de ir e ver um show específico.

"Eu tenho vontade de assistir ao show do Justin Bieber. Tenho curiosidade de ver o tamanho das coisas de perto. Poder me sentir parte", afirmou.

Rudinei Gomes, 59 anos, é morador da Vila Autódromo, um punhado de casas simples que, à época dos Jogos Olímpicos, quase foi removido e que permaneceu graças a muita resistência. Vendedor de bebidas, ele chama atenção ao ressaltar que o produto dele é mais barato do que o comprado dentro do Rock in Rio. Ainda sim, revela vontade de se sentir parte do público do festival.

"Moro aqui na segunda casa da vila com minha mulher e filhas. Infelizmente, a gente não tem condição de ir ao Rock in Rio. Para ser sincero, por saber que não tenho como comprar, sequer me interessei em saber quem vai se apresentar. Só gostaria de poder conhecer. Mas sei que isso é evento pra rico. Pobre só tem direito a receber pancada", afirmou.

Não somente o preço do ingresso está salgado. Dentro da Cidade do Rock, um copo de cerveja de 400ml custa R$ 15. Uma tigela com pipoca tem preços variando de R$ 25 a R$ 55.