Lettycia Vidal, da Gestarfoto Ademir Junior

Por Juliana Pimenta
Rio - Para muitas mulheres, ser mãe é um sonho de vida. Mas infelizmente, em muitos casos, esse sonho pode virar pesadelo. De acordo com a OMS, o Brasil vive outra epidemia além da covid-19: a epidemia das cesáreas. Aqui, 55% dos partos são realizados através da cirurgia, enquanto o indicado pela Organização Mundial da Saúde é que a taxa não ultrapasse 15%. Além disso, muitas vezes por falta de informação, milhares de mulheres são submetidas a procedimentos equivocados durante e após a gravidez. Decidida a mudar este cenário, Lettycia Vidal criou a Gestar. 
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"Toda a minha fascinação pelo mundo de parto e gestação começou por volta dos 13 anos, quando minha mãe engravidou do meu tão sonhado irmão. No momento do parto, ela sofreu um violência obstétrica super invasiva que me fez ficar extremamente chocada, desde então passei a me questionar se todos os partos eram daquele jeito e pensava que se fosse, eu não teria filhos. Até que quando eu estava com 18 anos, uma das minhas primas teve um parto domiciliar e ali eu tive meu primeiro contato com outra realidade de parto", explica a publicitária, de 25 anos, que fundou uma plataforma gratuita para ajudar mães e gestantes a encontrarem profissionais comprometidos com um atendimento mais humanizado.

"Além dessa preocupação e cuidado, nós temos o foco na difusão da informação de qualidade, principalmente através da tecnologia. Para que essa informação chegue a mais mulheres e a lugares onde elas não chegariam facilmente, nós temos a rodas de conversas que são gratuitas e mediadas pelas profissionais parceiras da Gestar", conta Lettycia.

Informação para empoderar

E por falar em programação gratuita, a Gestar organiza, nesta semana, a Semana da Grávida C.D.F, que traz aulas online que abordam diversos assuntos do universo materno infantil. A inscrição para o evento pode ser feita no link do perfil da Gestar no Instagram (@gestar.oficial). "Os destaques são nossas oito profissionais e, além disso, os temas que serão abordados. Todos eles foram idealizados em formato de trilha, então começaremos falando do pré-natal, passaremos pela fase do parto, alimentação e o último dia virá falando sobre o tão falado puerpério, que é o termo utilizado para denominar o pós-parto", explica a CEO da Gestar que reitera a importância da disseminação deste tipo de conteúdo.

"O atendimento humanizado, ao contrário do que foi disseminado há alguns anos e vem sendo até hoje, não é sobre parir na banheira. Pelo contrário, ele é sobre o respeito à autonomia da mulher durante a gestação, parto e maternidade. É sobre a entrega de informações verdadeiras, baseadas em evidências. É sobre a dedicação que todos esses profissionais que seguem essa linha, é encarar a gestante e ser fortaleza para que ela consiga alcançar seus objetivos. É dar força, é jamais faltar com a verdade e sempre demonstrar empatia com o que aquela mulher está vivendo. É colocar a mulher no centro do seu parto, é confirmar e aceitar que quem faz o parto é ela, nós como profissionais apenas assistimos e auxiliamos", defende.