'Quando me olho no espelho, me acho mais bonita que antes', diz Andréa Beltrão
Atriz, de 58 anos, comenta retorno às novelas com 'Um Lugar ao Sol', fala sobre a personagem Rebeca, parceria com Gabriel Leone e desafio de gravar na pandemia
Rio – Envelhecimento feminino, casamento frio e paixão por um rapaz mais novo são temas que Andréa Beltrão, de 58 anos, leva para as telinhas com a Rebeca, personagem da novela “Um Lugar ao Sol”, da TV Globo. Depois de 20 anos e algumas participações em séries, a atriz está feliz em retornar a um folhetim. "Não foi uma opção não fazer novela. Eu estava fazendo ‘A Grande Família’ e ‘Tapas e Beijos’ esses anos todos. Eu adorei voltar, eu sou noveleira, sempre quis muito fazer outra”, revela.
“A Rebeca fala muito sobre envelhecimento com a Ilana (Mariana Lima) e o Túlio (Daniel Dantas), mas não vejo como uma angustia. Ela pensa muito nisso porque o trabalho dela se alimenta disso. Ela é uma ex-modelo e as oportunidades começam a rarear cada vez mais… O mais interessante no texto da Lícia é que ela não coloca o tema como uma derrota, mas sim perguntas, dilemas, como: ‘o que fazer?', 'como devo me comportar?' A Rebeca reage. Por mais que ela fique insegura, sofra, dê 10 passos pra trás... Ela está sempre ativa na situação”, explica.
Se para Rebeca o envelhecimento é uma questão, Andréa encara o assunto com mais leveza. “Tenho a mesma idade que a Rebeca e não vivi nenhuma opressão em relação a televisão. Vivo bem. Quando me olho no espelho hoje, me acho mais bonita que antes. Tem fotos minhas que vejo e falo assim: ‘nossa, coisa pesada’. Hoje, me acho mais leve… (A novela) não vai para um lugar de angustia e de sofrimento, mas de ‘qual é o problema de envelhecer?’ A gente não precisa ter problema com isso, até porque a outra opção é bem pior, né?”, reflete Andréa.
Relacionamento com um rapaz mais jovem
Na história, Rebeca vive um casamento frio com Túlio e acaba se envolvendo amorosamente com um rapaz bem mais jovem, Felipe (Gabriel Leone), amigo de sua filha. É uma das tramas secundárias da novela que aborda tabus da sociedade. Na percepção de Andréa, o preconceito em torno de mulheres que se relacionam com homens mais jovens diminuiu.
“Já está muito mais normalizado, ainda bem, mas no caso da Rebeca, existe uma questão pessoal. Não basta você ser aceita socialmente se dentro de você existe um incômodo, um medo, uma vergonha. A história do Felipe com a Rebeca trata disso também: quando é que você consegue se libertar daquilo que diz que vem de fora, mas, muitas vezes, está dentro de você, daquele medo e incômodo que está com você?”, indaga.
Andréa ainda elogia a parceria com os atores Gabriel Leone e Daniel Dantas. “Sou fã demais do Gabriel. A gente conseguiu criar uma amizade muito forte e se divertiu muito… Foi maravilhoso estar com Daniel também. Nossas cenas ficaram maravilhosas. Foi sempre muito divertido e incrível fazer a novela e as cenas, com muitas camadas, levantando esses temas. A trama da Lícia é fechada, mas quanto mais você lê, mais você encontra coisas”, reflete a atriz.
Desafio de gravar na pandemia
Apesar de ter estreado há poucas semanas, “Um Lugar ao Sol” já está inteiramente gravada. Para Andréa, o maior desafio da trama foi gravar durante a pandemia devido aos protocolos, apesar de considerar necessário, principalmente por permitir que ela trabalhasse e encontrasse amigos.
“Primeiro, a gente começou a gravar com acrílico entre a gente, muita máscara, muito álcool em gel. Isso foi bem difícil, mas depois virou uma coisa bem natural. A gente assimilou bem esse cuidado que tinha de ser tomado mesmo. Foi legal, foi um prazer sair para trabalhar e encontrar pessoas incríveis no trabalho. O resultado está maravilhoso”, finaliza.
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