Claudia LeitteDivulgação

Rio - Há 20 anos, Claudia Leitte despontava como uma das promessas da música brasileira ao ser revelada pela banda Babado Novo. Agora, duas décadas depois, a cantora tem muito o que celebrar: já vendeu milhões de discos, faz shows pelo Brasil afora e arrasta multidões com os trios elétricos do Carnaval. Para iniciar as comemorações deste ano especial, ela lançou a música “De Passagem”, a primeira do próximo álbum de inéditas, nesta sexta-feira, nas plataformas digitais.
“Estou muito feliz em já poder dizer que estou trabalhando no meu novo álbum desde o ano passado. Estamos prevendo o lançamento para o segundo semestre deste ano tão emblemático e importante para mim. Mal posso esperar para revelar alguns detalhes, mas ouvindo 'De Passagem', vocês podem entender um pouquinho do que vem por aí”, diz.
Com estética futurista, o primeiro single compartilha mensagem sobre ir atrás do que traz felicidade de verdade e mostra bem a Claudia Leitte de hoje. “Estou mais segura que nunca do meu som, do que quero falar e do que não quero também, coisa que só o tempo nos presenteia. O álbum está ficando lindo, multicolorido e bem autoral”, adianta.
Aos 41 anos, ela conta que fugir da zona de conforto é o segredo para manter a energia sempre no alto. A palavra comodismo não faz parte do seu dicionário. “Quando sinto que não estou me desafiando artisticamente, eu me incomodo muito. Sempre busco algo diferente, não importa qual seja a tendência da vez, algo que sempre vai fazer muito sentido, ser belo e tocar o coração das pessoas. A gente só alcança essas coisas nos desafiando e saindo da zona de conforto”, pensa.
Não é por acaso que Claudia é uma das cantoras mais versáteis da música brasileira, indo da MPB ao pop, da axé music ao reggaeton. “Não sou só uma mulher plural, mas uma artista também. É muito massa refletir, quase uma terapia (risos), a respeito dessa ‘construção artística’. Minha arte foi e é formada na axé music e isso diz muito, se não tudo. Veja só: o axé, para além do entendimento como gênero musical, como diz o mestre Luiz Caldas, é um movimento artístico que reúne muitos outros em si”, afirma.
Nascida em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, Claudia foi bem pequena para a Bahia, onde cresceu no bairro da Saúde, no centro histórico de Salvador. “Cresci ouvindo tudo o que você possa imaginar. Dos ensaios do Olodum, que eu ouvia do quintal de casa, até Madonna, que eu assistia encantada pela TV. Antes de chegar ao Babado Novo, cantei de rock progressivo ao forró. Fusão é e sempre foi palavra de ordem para mim. Diversidade nunca é demais, sempre é ouro”, completa.
Sonhos
A mamãe de Davi, Rafael e Bela comenta que ainda tem muitos planos para realizar. Um deles, inclusive, está perto de se concretizar. Claudia vai ser a primeira brasileira a cantar no Walt Disney World, famoso parque da Flórida, nos Estados Unidos. Questionada sobre como se sente, ela revela: “Uma ‘criança na Disney’ (risos). É uma felicidade muito grande”.
“Eu tenho muitos sonhos. Alguns que poucas pessoas sabem, outros que muitos já sabem e sonham junto, mas aprendi, também durante esse tempo de carreira, a ter certo cuidado em falar e para quem falar meus objetivos. Coisas da vida, né? Hoje, busco realizar e trilhar o caminho com essa consciência e, como sempre, com a minha fé na frente. Mas um dos meus sonhos seria levar a minha música para o mundo todo, mesmo”, revela.
Shows
A artista garante que os fãs podem esperar uma turnê especial para comemorar os 20 anos de carreira pelo Brasil todo, incluindo o Rio de Janeiro, lugar afetivo para a cantora. Ela adianta músicas que não podem faltar na setlist: “Exttravasa”, “Beijar na Boca”, “Largadinho”, “Bola de Sabão”, “Amor Perfeito”, e “Baldin de Gelo”.
“No Réveillon, fiz uma apresentação especial mostrando um pouco do novo show, que, infelizmente, por conta da pandemia, não conseguimos levar para mais lugares ainda. Esperamos que no segundo semestre possamos visitar o país todo e, com certeza, o Rio de Janeiro é parte fundamental da rota. Foi o estado onde nasci e passei de uma menina franzina que cantava na banda Babado Novo para carreira solo com mais de um milhão de pessoas à minha frente (em 2008, na praia de Copacabana). O Rio é um lar”, diz.
Carnaval
Apesar de estar feliz, a festa dos 20 anos não poderá ser completa. Pelo segundo ano consecutivo, a artista teve de cancelar ou adiar planos carnavalescos. “É uma frustração dupla. Seria um carnaval especial, de comemoração de 20 anos de carreira e, também, a volta oficial, né? Rola uma frustração, tanto minha, quanto do meu time e parceiros, mas é claro que existe o entendimento de toda a situação, que continua demandando cuidado”, finaliza.