Rio - O esporte carrega histórias de superação, paixão e conquista. Durante a carreira esportiva, os atletas têm pela frente diversos desafios. Mas há uma experiência que só as esportistas mulheres passam: a maternidade. Como fica a cabeça de uma atleta de alto rendimento quando ela decide ser mãe? É possível conciliar com a carreira? São muitas perguntas, dúvidas e incertezas. A decisão de aumentar a família traz inseguranças naturais até para quem planeja esse momento. Para uma atleta, ainda existe a preocupação de ajustar o sonho ao potencial físico e ao calendário de competições. Uma tarefa que requer coragem, entrega, fôlego, mas que é recompensada por doses diárias de amor. Às 13h30 deste domingo, quando se comemora o Dia das Mães, o sportv reúne em um programa especial, apresentado por Mariana Fontes, as ex-atletas Hortência, Paula Pequeno e Fabi Alvim, destaques em suas modalidades, para que elas contem suas experiências, desafios e ensinamentos sobre a maternidade.
Maior pontuadora da seleção feminina de basquete e um dos principais nomes da história do esporte brasileiro, Hortência, comentarista da TV Globo e do sportv, conta que, mesmo com todo planejamento, o sonho da conquista de uma medalha olímpica pesou e seis meses após o nascimento do filho ela já estava na quadra, em Atlanta, ajudando a seleção brasileira a conquistar a primeira medalha do basquete feminino do Brasil em Olimpíadas.
"Primeiro quis me realizar na vida profissional para depois fazer isso como mãe. Quando fui campeã mundial, decidi parar. João Victor nasceu em fevereiro de 1996, quando começou uma pressão para eu jogar olimpíada, e aí pensei: "E se eu não for e elas ganharem uma medalha? Eu vou ficar fora dessa? De jeito nenhum", relembra.
Já Paula Pequeno, bicampeã olímpica com a seleção brasileira de vôlei e eleita por duas vezes a melhor jogadora do mundo em 2005 e 2008, precisou dar um tempo na carreira para ser mãe: “Sempre fui fominha, gostava muito de treinar e sempre fui apaixonada pelo vôlei. Então, acho que se dependesse de mim, eu teria sempre adiado. E por isso, talvez eu não teria me tornado mãe da Mel se ela não tivesse vindo ali, no auge da minha carreira”, diz Paula que atualmente vê a filha, aos 15 anos, iniciando a carreira no vôlei.
Das quadras também vem Fabi Alvim, considerada a melhor líbero da história do vôlei e dona de diversos títulos vestindo a camisa da seleção brasileira, entre eles o bicampeonato olímpico, que conquistou ao lado de Paula Pequeno. Fabi relembra no programa que o sonho da maternidade foi mudando aos poucos por conta da carreira:
"Meu sonho de ser mãe começa comigo querendo gerar. Enquanto atleta, eu precisava fazer um procedimento que você precisa ingerir hormônio, coisas que são consideradas doping no esporte. E aí a gente vai postergando. Depois que comecei a me relacionar com a Julia, passamos a dialogar e vi que não precisava ser eu a engravidar. E não me sinto menos mãe pelo fato de não ter gerado a nossa filha. É uma experiência de fato única", afirma a comentarista de vôlei da Globo.
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