Presidente da CBF, Ednaldo RodriguesFoto: Lucas Figueiredo/CBF
CBF enviará documento à Conmebol propondo perda de pontos em casos de racismo
Clubes brasileiros vem sendo vítimas nas últimas semanas
Rio - A CBF resolveu endurecer a luta contra o racismo no futebol sul-americano após as últimas manifestações criminosas que tiveram clubes brasileiros como vítimas. Através do seu presidente Ednaldo Rodrigues, a entidade irá enviar um documento à Conmebol solicitando uma "pena mais dura" e propondo a retirada de "pelo menos um ponto" dos times que tiverem torcedores envolvidos em atos de racismo na Libertadores e na Sul-Americana.
"Não concordo com apenas multa financeira ao clube que tiver um torcedor racista. Não se combate a discriminação apenas aumentando a multa. Tem que ser de forma mais dura. O clube precisa sofrer uma punição esportiva. Quero que o time do torcedor identificado cometendo um ato racista perca pelo menos um ponto na tabela do campeonato. Só assim acredito que vamos pacificar os estádios", afirmou o presidente da CBF.
Na última semana, a Conmebol anunciou que pretende aumentar a multa aos clubes cujos torcedores cometerem esses atos. Nesta edição da Libertadores, diversos casos de racismo foram registrados contra brasileiros. Torcedores e jogadores do Fortaleza, em Buenos Aires, do Palmeiras, no Equador, além de Corinthians e São Paulo, na Argentina, e Flamengo, no Chile. Tudo isso, somente nas últimas semanas.
"O clube tem que ser punido por não ter conseguido educar o torcedor que entra no seu estádio. Com a punição esportiva ao clube, conseguimos envolver o torcedor nesta luta antirracista. O torcedor seria um fiscal contra o preconceito na arquibancada", disse Ednaldo, que é o primeiro presidente negro a comandar a CBF em mais de 100 anos.
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